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Dívida com bens como eletrodomésticos pode tirar fôlego da recuperação do varejo
DA REDAÇÃO
O fôlego da recuperação da
venda de alimentos e bebidas
até o fim do ano divide analistas. Como a melhoria do rendimento e do emprego ocorre de
maneira gradual, alguns defendem que o endividamento do
consumidor com eletrodomésticos e carros, os chamados
bens duráveis, pode abrandar
essa demanda.
"Por conta principalmente
do reajuste menor do salário
mínimo neste ano [5,3% de ganho real, ante 13% em 2006],
projetamos que o varejo não
deve repetir os 6,2% [expansão
segundo o IBGE] do ano passado", diz Douglas Uemura, analista da LCA Consultores.
A previsão da LCA é que o
consumo irá desacelerar, uma
vez que o varejo cresceu 9,7%
só no primeiro trimestre.
Para Denis Ribeiro, diretor
da Abia (Associação Brasileira
das Indústrias de Alimentação), a compra de alimentos fica em segundo plano numa
conjuntura como a atual, com
expansão do crédito. "Você planeja melhorar de vida com bens
como eletrodomésticos. O alimento é o do dia-a-dia."
Olegário Araújo, gerente da
Nielsen, ressalta, porém, que o
avanço dos instrumentos de
crédito, como o alongamento
dos prazos de pagamento, permite ao consumidor administrar melhor as dívidas.
Esse fator, aliado ao que ele
classifica como uma mudança
do perfil do varejo nos últimos
anos, com maior variedade de
lojas e produtos a preços mais
acessíveis, ajuda a explicar por
que as vendas de não-duráveis
se mantêm em crescimento.
Dados da Nielsen apontam
que, de 1994 a 2006, o número
de lojas de "auto-serviço alimentar" (supermercados) dobrou (96,5%). O faturamento
subiu só 15,6%.
(MS)
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