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Mercado Aberto
GUILHERME BARROS - guilherme.barros@uol.com.br
BC devia deixar a economia em paz, diz consultor do Iedi
O crescimento do PIB do segundo trimestre acima das previsões do mercado trouxe novamente à tona a discussão se
há ou não necessidade de o
Banco Central ser tão rigoroso
na condução da política monetária, como está sendo até agora. A expectativa é que o juro
encerre este ano na faixa de
14,75% ou até mesmo em 15%.
O economista Júlio Sérgio
Gomes de Almeida, consultor
do Iedi e professor da Unicamp,
considerou o resultado do PIB
do segundo trimestre bastante
animador, até porque os números não são explosivos. O PIB se
expande há três trimestres na
faixa de 6%, o que indica que
não há nenhuma aceleração do
crescimento. O ritmo está controlado.
Mais importante do que isso,
na opinião de Gomes de Almeida, é que os dados do PIB mostram que o investimento cresce
a um ritmo mais de duas vezes
superior ao do consumo das famílias. Enquanto o investimento cresceu 16,2%, o consumo
avançou 6,7%. Esses dois itens
já vêm mostrando esse comportamento há alguns trimestres. A tendência é até de desaceleração do consumo.
Para o economista do Iedi,
esses números mostram que a
demanda está em linha com a
oferta no país. Se houvesse um
descompasso, o consumo das
famílias teria que estar crescendo acima do investimento.
Ocorre, no entanto, que o investimento é demanda antes de
virar oferta. Só que o investimento já vem crescendo há
bastante tempo e a capacidade
instalada da indústria do país
está estabilizada.
"O Banco Central pode sepultar a sua tese de excesso de
demanda", diz Gomes de Almeida. "O BC devia deixar a
economia andar em paz."
O consultor do Iedi concorda, porém, com a tese de que o
quadro de inflação ainda é bastante instável. Assim como a inflação subiu no primeiro semestre e depois se desacelerou,
nada garante que não suba depois.
O problema, no entanto, de
acordo com Gomes de Almeida,
é que os grandes responsáveis
por essa instabilidade são os
preços das commodities, e não
a demanda interna. A variação
dos preços das commodities no
mercado externo é que tem ditado o ritmo da inflação.
Supermercados devem crescer 4,3% neste ano
Os supermercados de São
Paulo estimam crescer 4,3%
neste ano. Segundo a Apas
(Associação Paulista de Supermercados), a alta dos preços dos alimentos não alterou significativamente as
vendas do setor.
Martinho Paiva Moreira,
vice-presidente de comunicação da Apas, diz que os
consumidores migraram para marcas mais baratas ou
produtos alternativos, mas
não deixaram de comprar os
itens que tiveram forte alta
no primeiro semestre. "O
que é mais importante é que
o desejo de compra permaneceu constante."
De acordo com a associação, a alta de preços começou
a se desacelerar. Em agosto,
os preços dos produtos vendidos nos supermercados
caíram 0,52%, de acordo
com o índice para o setor calculado pela Apas e pela Fipe.
No mês anterior, houve alta
de 1,06% e, em agosto do ano
passado, a inflação para esses
produtos foi de 1,20%.
ESTUDO
FALHA DE TECNOLOGIA CAUSA PERDA DE DOIS DIAS DE PRODUTIVIDADE
Falhas e lentidão nas redes de tecnologia das empresas fazem com que cada funcionário perca, em média, dois a três
dias de produtividade por ano, diz pesquisa da Dimension
Data, que oferece soluções em tecnologia da informação,
com 957 usuários e 267 gestores no mundo. Leonardo Nogueira, diretor de pré-vendas da empresa, diz que 30% das
companhias têm processos para gerenciar a performance
das redes e a minoria dispõe de estrutura para evitar falhas.
ESCADA ROLANTE
A empresa de shopping centers Multiplan está investindo
R$ 234,4 milhões nas
expansões em andamento em 5 de seus
11 shoppings em operação. A companhia
tem outros dois shoppings em construção,
um em Porto Alegre,
com investimento de
R$ 241 milhões, e outro em São Paulo. José Isaac Peres, presidente da empresa,
anunciou nesta semana o lançamento do
JundiaíShopping
(SP), que terá 193 lojas e 2.079 vagas de
estacionamento. O investimento é de R$
191,4 milhões e a
inauguração deve
ocorrer em 2010. Há
planos para mais seis
projetos de empreendimentos, diz Peres.
CAPÍTULO
Uma ex-ministra impopular, um ex-presidente controvertido e uma atriz foram
os personagens que marcaram o segundo dia de comemoração dos 200 anos do
Ministério de Fazenda.
Zélia Cardoso de Mello,
eternizada pelo confisco da
poupança dos brasileiros em
1990, foi a estrela do dia. Itamar Franco, presidente que
deixou o cargo em 1994 com
um dos maiores índices de
aprovação popular, e a atriz
Patrícia Pilar, mulher do ex-ministro Ciro Gomes e protagonista da novela "A Favorita", da Rede Globo, apesar
de não estarem presentes,
também foram ressaltados.
O jeito atabalhoado de Itamar Franco de nomear seus
ministros foi lembrado em
praticamente todos os discursos do dia.
Rubens Ricupero, ministro da Fazenda entre março
e setembro de 1994, disse
que o papel do ex-presidente
na conquista da estabilidade
do país "nem sempre é reconhecido".
MOTORISTA
Paulo Saab, ex-Eletros, assume a presidência executiva da Abla (associação de locadoras de automóveis), como parte do processo de
profissionalização da gestão
da entidade. Saab será apresentado hoje, em Manaus,
na reunião do Conselho Nacional do Turismo.
MAIORIDADE
O Código de Defesa do
Consumidor faz 18 anos hoje
com falhas e precisa ser modernizado, segundo o advogado Francisco Fragata Junior, do Fragata e Antunes
Advogados. Apesar disso,
Fragata considera o código
brasileiro o mais avançado
da América Latina. Bancos e
supermercados vão bem nas
relações com consumidores,
mas muitas construtoras e
incorporadoras ainda têm
contratos confusos, diz o advogado. O Cadastro Positivo
ajudaria instituições financeiras a se informar sobre os
consumidores, o que contribuiria para baixar juros.
NOS TRILHOS
A Ana Couto Branding & Design, que reformulou os trens do
metrô no Rio, começa
a mudar as estações.
Couto acaba de voltar
com um estudo de
Hong Kong, em cujo
metrô passam 4 milhões de pessoas por
dia. Segundo ela, a
idéia é reforçar a característica do passageiro como consumidor. Na zona norte, o
shopping Nova América terá conexão com
a estação desde a plataforma, onde serão
colocadas vitrines.
"Vamos criar a experiência de entretenimento desde a viagem
no trem." Até o fim
do ano, duas estações
serão reformadas.
com JOANA CUNHA, VERENA FORNETTI e SHEILA D'AMORIM
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