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BNDES defende exploração gradual do pré-sal
JULIANA ROCHA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Estudos feitos pelo grupo de
petróleo e gás do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Social) mostraram que,
no pior dos cenários para a cotação internacional do barril do
petróleo, as exportações brasileiras de commodities poderão
alcançar US$ 108 bilhões em
2030. A simulação leva em consideração que o preço do barril
cairá para US$ 85.
O grupo coordenado por Antonio Barros de Castro, ex-presidente do BNDES, fez uma simulação das exportações brasileiras de petróleo com a exploração das reservas da camada
pré-sal. Foram levadas em consideração as projeções mais
baixas e mais altas para a cotação do barril, feitos pelo DOE
(sigla em inglês para Departamento de Energia dos EUA).
Se for considerada a melhor
das hipóteses para ganhos do
setor petroleiro, com a cotação
do petróleo em US$ 143 em
2030, as exportações brasileiras do produto deverão somar
US$ 182 bilhões no período de
12 meses, o que deverá representar 5,6% do PIB da época.
No primeiro ano de exploração comercial significativa do
pré-sal, em 2015, o BNDES projeta receita com a exportação
de petróleo entre US$ 11 bilhões e US$ 16 bilhões, considerando-se o preço do barril entre
US$ 72 e US$ 109. No ano passado, as exportações de petróleo brasileiro somaram US$ 8,9
bilhões, com preço médio do
barril a US$ 72,4 em Nova
York.
Modelo de investimentos
A simulação leva em conta a
livre oferta de petróleo para o
exterior. Barros de Castro sugeriu, porém, que o governo deveria adotar um modelo de controle da oferta do petróleo explorado a partir de 2015 na camada pré-sal. Depois de retirar
as áreas da camada do pré-sal
das licitações, o governo Lula
vem estudando adotar novas
regras. De uma maneira geral, o
governo quer ficar com uma
parcela maior do petróleo que
for encontrado nessa área. A
decisão deve sair até o final do
próximo mês.
Barros de Castro afirmou
que a tendência é ter uma oferta grande nos primeiros anos,
que cairia ao longo das décadas
e entraria em franca queda em
2045. Se o governo oferecer o
petróleo do pré-sal aos poucos,
poderá financiar os altos investimentos necessários com a receita do próprio óleo explorado.
Ele defendeu que, com esae
controle, a necessidade de investimentos iniciais seria muito menor, já que a primeira plataforma de petróleo poderá financiar a construção da segunda e, assim, sucessivamente.
"A velocidade da oferta vai
definir a necessidade de financiamento. Se baixar a velocidade de oferta, terá uma capacidade muito maior de autofinanciamento", disse Barros de
Castro. "Para ser um pólo [de
produção de petróleo] do
Atlântico Sul, leva tempo. Então, por questão de dinheiro e
para sermos um pólo, devemos
adotar essa calibragem", acrescentou.
As simulações do grupo do
BNDES mostraram que, se a
oferta de petróleo brasileiro seguir a demanda do mercado, o
Brasil rapidamente será um
grande exportador do produto.
Em 2030, irá exportar 3,5 milhões de barris por dia, mas já
em 2045 as vendas externas estarão saturadas.
Com políticas de controle de
oferta, as exportações se manteriam constantes entre 1,6 milhão de barris de petróleo por
dia em 2025 e 1,4 milhão de
barris por dia em 2045. Em
2030, o volume diário de exportações seria de 2,4 milhões
de barris.
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