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Meta de inflação terá ajuste
DE WASHINGTON
Para compensar o provável estouro das metas de inflação em
2003, o Banco Central deverá implementar uma política de juros
"rigorosa" para preservar sua credibilidade. É o que promete Henrique Meirelles, presidente do BC.
"É importante uma política monetária suficientemente forte para
bloquear qualquer possibilidade
de contaminação", diz, sobre o
risco de a inflação decorrente da
desvalorização da moeda estimular a alta inercial dos preços.
Segundo Meirelles, o governo
decidiu não mudar a meta de inflação de 2003 para manter a credibilidade do sistema. "O dilema
era saber se deveríamos ou não
mudar a meta para ajustá-la ao
choque da desvalorização cambial. Se mudássemos a meta, nos
perguntariam: afinal de contas,
que meta é essa que vocês mudam
quando não conseguem alcançar?
Além disso, mudar a meta num
começo de governo poderia ser
visto como uma tolerância em relação a uma inflação maior."
A saída encontrada é a adoção
de "metas ajustadas", por meio
das quais a convergência da inflação ocorreria num período mais
longo do que um ano.
O Brasil não cumpriu os objetivos de inflação para 2001 e 2002. O
governo já anunciou que deve estourar também a meta de 2003
(4%, com limite de tolerância de
2,5 pontos). Desde o fim do ano
passado, o BC afirma que desistiu
de perseguir o centro da meta de
2003 para mirar numa meta ajustada de 6%.
(MA)
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