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Alta do petróleo turbina lucro da Petrobras
Ganho sobe 29% no segundo trimestre e atinge R$ 8,8 bi; no primeiro semestre, lucro subiu 44% e vai a R$
Aumento da produção, do preço mundial do barril do petróleo e da gasolina no mercado interno eleva desempenho da estatal
Divulgação/2007
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Vista aérea de plataforma da Petrobrás, no Rio de Janeiro
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
Puxado pela alta do petróleo,
o lucro da Petrobras bateu recorde no primeiro semestre de
2008: atingiu R$ 15,708 bilhões, com expansão de 44%
em relação ao mesmo período
de 2007 (R$ 10,931 bilhões). No
segundo trimestre, a estatal obteve um resultado de R$ 8,783
bilhões, 29% superior ao registrado de abril a junho de 2007
(R$ 6,8 bilhões) e também o
maior da história para tal período do ano. Nos três primeiros meses do ano, o lucro havia
sido de R$ 6,925 bilhões.
Para o diretor financeiro da
Petrobras, Almir Barbassa, três
fatores impulsionaram o desempenho: maior produção de
petróleo, redução de custos e,
especialmente, aumento do
preço do barril.
No semestre, a extração de
óleo e gás subiu 4% e atingiu
2,147 milhões de barris, na esteira da elevação da produção
de plataformas que começaram
a operar no final de 2007 e no
início deste ano. Até o final do
ano, diz Barbassa, a extração
deve crescer com a entrada de
mais três plataformas com capacidade total de 460 mil barris/dia.
"Estamos trabalhando para
elevar a produção. Não posso
fazer previsão sobre resultados,
mas estaremos navegando em
boas águas", disse.
Após forte alta no primeiro
semestre de 2006, quando foram alavancadas pelo pagamento de R$ 1 bilhão do acordo
com beneficiários do plano Petros, as despesas operacionais
da companhia caíram 6% nos
seis primeiros meses deste ano,
sem o gasto extraordinário registrado no ano passado.
Por fim, o preço médio dos
produtos vendidos pela Petrobras subiu 34%, em dólares, no
primeiro semestre, como reflexo da valorização média de 83%
do barril de óleo feito no Brasil.
O aumento também se deve,
em grande parte, à alta de 10%
da gasolina e de 15% do diesel
praticada a partir de maio.
Com essa evolução positiva
dos preços e a maior produção,
o faturamento da companhia
subiu 26% e alcançou R$
101,462 bilhões. O resultado
impulsionou a geração de caixa
da empresa, medida pelo Ebtida (lucro antes de despesas financeiras, impostos, amortização e depreciação), que chegou
ao recorde de R$ 32 bilhões
-alta de 26,8% no semestre.
Tais efeitos positivos, diz
Barbassa, compensaram a
maior despesa financeira, que
subiu 59% e bateu em R$ 1,8 bilhão graças à valorização do
real. É que boa parte dos investimentos da companhia é feita
no exterior e denominada em
dólar. Desse modo, a valorização do real reduz esses ganhos.
Por outro lado, a variação cambial teve impacto positivo nas
dívidas em moeda estrangeira.
O endividamento total recuou
3% no semestre.
O câmbio mexeu ainda com a
balança comercial da Petrobras, estimulando as importações, que cresceram 18% no semestre. No mesmo período, as
exportações avançaram só 2%.
Ainda assim, o saldo ficou positivo em 27 mil barris/dia.
"Houve estimulo para a importação de óleo leve para refinar no Brasil", disse Barbassa.
De todos os fatores que contribuíram para o lucro, o mais
relevante foi a elevação do preço do petróleo, segundo Nelson
Mattos, analista do BB Investimentos. Teve mais peso, diz, do
que a alta da produção e a redução dos custos, mas não deve
ter o mesmo efeito no terceiro
trimestre, já que o barril está
em queda.
Para Mônica Araújo, da corretora Ativa, esse também foi o
fator determinante, que ajudou
a anular o reflexo negativo do
câmbio.
Mas a alta do petróleo revelou também uma faceta negativo no balanço da Petrobras: o
aumento do custo de extração
de óleo e gás. Ele subiu 6% no
primeiro semestre, como resultado principalmente do aumento da participação especial
(royalty incidente em campos
de elevada produtividade), de
acordo com Barbassa.
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