|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Entidades já têm até "classificação de risco"
DA REPORTAGEM LOCAL
As cooperativas de crédito são
instituições do sistema financeiro
nacional semelhantes aos bancos.
Elas recebem depósitos e emprestam a seus associados, têm caixa
eletrônico, uma rede de informática desenvolvida e postos de
atendimento similares às agências
bancárias.
As cooperativas andam tão parecidas com os bancos que já têm
até "rating" (classificação de risco). A consultoria Lopes Filho faz
o "rating" de 35 cooperativas de
crédito, a maioria delas do setor
rural.
"Analisamos as maiores dessas
instituições e agora queremos começar a trabalhar com as menores, que é onde pode ter mais problemas", diz Joel Santana, diretor
de risco da consultoria.
Das cooperativas analisadas,
duas foram classificadas como nível "A", de baixo risco. A maioria
está na faixa "B", de risco aceitável, e poucas na faixa "C", com as
quais não se recomenda fazer negócios. "A idéia das cooperativas
é estender o "rating" a todo o setor;
é uma forma de elas aprimorarem
sua gestão e controle", diz Santana.
Limitações
Apesar de sua evolução, as cooperativas guardam diferenças
fundamentais em relação aos
bancos, o que limita sua atuação.
Elas não têm acesso ao sistema de
compensação de cheques e outros
documentos, à conta reserva bancária (é a conta que cada banco
tem no Banco Central) e ao mercado interfinanceiro (negociação
entre bancos). Por isso, precisam
fazer convênios com um banco
para atender aos associados.
Mas elas têm normas tão rígidas
quanto as dos bancos na destinação dos seus recursos. Do dinheiro captado, 80% é destinado a empréstimos para seus sócios. Os
20% restantes ficam disponíveis
para dar liquidez ao sistema e são
aplicados em títulos públicos por
intermédio de bancos comerciais.
As cooperativas funcionam como uma agência bancária: captam dinheiro, emprestam e no
fim do dia apuram o saldo (sobras) das operações e as remetem
para a cooperativa central.
É essa central que tem o papel
de controle sobre as cooperativas.
Ela repassa o dinheiro para um
banco, que faz as aplicações e
compensa os cheques emitidos
pelos cooperados.
Em 1995, o Conselho Monetário
Nacional autorizou a criação dos
bancos cooperativos, visando reduzir custos no sistema. Há apenas dois, atualmente, no país. Eles
foram criados e têm como sócios
controladores as cooperativas
centrais de crédito.
O maior banco em ativos é o
Bansicredi, constituído por quatro cooperativas do Sul, com R$
1,6 bilhão. Desse total, R$ 1,2 bilhão está aplicado em títulos públicos que garantem a liquidez
das cooperativas do Sicredi.
Já o Bancoob, apesar de atender
a um maior número de centrais e
de cooperativas, tem um total de
ativos menor, de R$ 1,1 bilhão,
sendo R$ 440 milhões aplicados
em títulos públicos.
Esses bancos também buscam
linhas de financiamento com o
poder público para destinar às
cooperativas. Atualmente, as
principais são de crédito rural.
Os bancos comerciais têm de
destinar 25% dos seus depósitos à
vista para o crédito rural, mas
nem sempre têm interesse em fazê-lo. Por isso, repassam esses recursos para bancos cooperativos,
que os canalizam às cooperativas
de crédito rural.
Texto Anterior: Governo amplia atuação das cooperativas Próximo Texto: Frase Índice
|