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Governo federal quer ampliar Santos
DA REPORTAGEM LOCAL
O porto de Santos movimentou no ano passado 81
milhões de toneladas de
carga. Tem hoje o maior
terminal de contêineres
do país, a Santos Brasil, e é
responsável por 25% do
comércio exterior brasileiro. Por dia, 9.000 caminhões trafegam na margem santista. Em período
de pico, o tráfego já atingiu
13 mil. Somado ao fluxo da
margem esquerda, no lado
do Guarujá, pode alcançar
circulação de até 17 mil.
Mas, mesmo diante de
números como esses, o governo não pretende abandonar o plano de ampliar
ainda mais a concentração
de cargas no já maior porto do país. As projeções da
Codesp, que administra o
porto, são que a estrutura
portuária com novos terminais de contêineres que
serão instalados nas atuais
áreas de ocupação elevarão a capacidade de movimentação de carga a 110
milhões de toneladas.
O plano não pára por aí.
O governo federal e a Codesp querem até o fim do
ano o resultado dos estudos sobre um projeto mais
audacioso: o Barnabé-Bagres, um novo porto de
Santos que, de tão grande,
ultrapassa a área legal de
porto organizado atual. O
estudo começou a ser feito
pela Santos Brasil, empresa que faz parte dos investimentos do Opportunity
Fund, administrado pelo
banco Opportunity, do
banqueiro Daniel Dantas,
que assumiu a missão de
desenvolver o projeto.
O plano prevê um novo
porto que ampliará a capacidade de movimentação
em mais 120 milhões de
toneladas. O volume é
maior do que a capacidade
possível nas atuais instalações. São mais 45 berços
de atracação, somados aos
63 atuais. A estimativa é
que o negócio tenha um
custo de R$ 9 bilhões.
O ministro da Secretaria
Especial de Portos, Pedro
Brito, diz que tem "convicção de que o porto de Santos ainda pode crescer".
"Quando falam em duplicar o porto de Santos, tenho um calafrio. É impossível construir um novo
sistema Anchieta-Imigrantes", afirma Mauro
Arce, secretário dos
Transportes de São Paulo.
A construção do trecho
Sul do Rodoanel na região
metropolitana de São
Paulo pode trazer alívio ao
pesado tráfego de caminhões que cruza a cidade
rumo à Baixada Santista.
Para Luiz Antonio Fayet, consultor de logística
e infra-estrutura da Confederação Nacional da
Agricultura, a concentração é uma idéia inadequada. "Faz muito mais sentido criar outros corredores
de exportação e concentrar em Santos cargas de
maior valor agregado."
(AB)
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