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Paranaguá
perde carga
para SC e SP
DIMITRI DO VALLE
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA
Impulsionado pela demanda por commodities
agrícolas, que representam 33% do movimento, o
porto de Paranaguá (PR) é
alvo de crítica do empresariado, que pede obras que
tornem a movimentação
de cargas mais eficiente.
Segundo representantes
do agronegócio e da indústria, as limitações têm forçado a mudança dos negócios para portos de Santa
Catarina e São Paulo.
Um dos gargalos é a falta
de dragagem. Segundo
empresários, o problema
limita a circulação de navios de grande porte, obrigando embarcações a deixar o terminal com menos
carga. O porto diz que a redução do número de navios não é significativa.
A administração reconhece problemas de infra-estrutura e diz que foram
herdados. A atual direção,
que assumiu em 2003,
afirma ter saneado as finanças do porto, que estariam comprometidas por
pagamento de horas extras virtuais e exploração
irregular de mão-de-obra.
"Pegamos um porto que
não recebia investimentos
havia 16 anos, pronto para
a privatização e sem dinheiro em caixa para honrar salários. Hoje conseguimos ter R$ 350 milhões
próprios para investimentos", disse o superintendente da Appa (Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina), Eduardo Requião.
Ele diz que os recursos
já ajudaram a remodelar
vias de acesso ao terminal,
além de garantir projetos
como o terminal público
de escoamento de álcool e
novos armazéns para fertilizantes e grãos. Um gargalo eliminado foi a formação de filas de caminhões na rodovia de acesso ao terminal.
"Além de berços de atracação sem manutenção e
equipamentos de embarque obsoletos, não há diálogo dessa direção com o
produtor", disse Nilson
Camargo, assessor para
assuntos de logística da
Faep (agricultura). Paulo
Ceschin, coordenador de
logística na Fiep (indústria), afirmou que a acessibilidade do porto é "limitada" e "encarece custos".
O administrador do porto reconhece o desgaste de
equipamentos, mas diz
que a demanda ainda é insuficiente. "Eles [equipamentos] podem carregar
180 mil toneladas de grãos,
mas tem que vir carga para
isso. E hoje o que chega
não passa de 60 mil toneladas/dia."
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