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Inflação e produção dos EUA impactam a semana
Tensão deve ser alta devido à tendência de preço maior
DA REPORTAGEM LOCAL
Se depender da agenda econômica, o mercado financeiro
tende a ter uma semana bastante intensa. Índices de inflação e a minuta da última reunião de política monetária do
Fed (o banco central norte-americano) vão ser conhecidos
nos próximos dias e podem trazer ainda mais tensão a um
mercado financeiro já agitado.
Amanhã sai, nos Estados
Unidos, o resultado do índice
de preços ao produtor, o PPI.
As projeções mostram a expectativa de que o indicador de
preços aponte elevação de 1,3%
em junho, muito próximo do
1,4% do mês anterior. Para o
núcleo do índice, que desconta
as variações dos preços mais
voláteis, como os de energia, é
esperada alta de 0,3%.
Na quarta-feira, será a vez de
ser apresentado o CPI (índice
de preços ao consumidor). Para
esse indicador, a expectativa é
que tenha havido alta de 0,7%
no mês. Para seu núcleo, projeta-se alta de 0,2%.
O mercado acionário, que
atravessa um período bastante
ruim, marcado por perdas nos
principais centros financeiros
do mundo, poderá encontrar
maiores dificuldades se os preços vierem acima das projeções. Pressões inflacionárias
indesejáveis são combatidas
com elevação de juros. E para
as Bolsas de Valores, juros em
alta representam uma concorrência perigosa.
"A forte volatilidade vista no
mercado deve perdurar nos
próximos dias com os indicadores inflacionários americanos,
em destaque o CPI, e os discursos de Ben Bernanke, presidente do Fed. Continuamos, contudo, acreditando numa manutenção dos preços das commodities em patamares elevados e
numa conseqüente tendência
positiva para a Bolsa de Valores
de São Paulo no médio/longo
prazos", diz Júlio Martins, diretor da Prosper Gestão de Recursos.
Haverá discursos de Ben Bernanke, que preside o banco
central norte-americano, na
terça e na quarta.
Devido ao número de eventos concentrados, a quarta-feira deve ser o dia mais agitado da
semana. Além do CPI, haverá a
apresentação da produção industrial americana de junho, a
utilização da capacidade instalada do país e os dados de estoques de petróleo.
Como o petróleo voltou a
rondar suas máximas históricas -fechou a sexta-feira negociado a US$ 145,08 em Nova
York, com alta de 2,42%-, a
preocupação com a escalada do
produto voltou a estar no foco
de investidores e analistas.
Na sexta-feira, as Bolsas de
Valores tiveram perdas relevantes pelo mundo. Em Nova
York, o Dow Jones, que reúne
as 30 ações de maior liquidez,
recuou 1,14%. A Bolsa eletrônica Nasdaq, das companhias de
alta tecnologia, perdeu 0,83%.
A Bolsa de Londres caiu 2,69%
no último pregão da semana.
Na quinta-feira, o mercado
irá conhecer os dados de construção de novas casas e de licenças para construções nos
EUA. Haverá também nesse dia
a apresentação dos pedidos de
seguro-desemprego, relevante
indicador do ritmo da economia do país.
"A preocupação com o preço
do petróleo e a inflação continua tirando o sono do mercado
financeiro. Para a semana, os
índices de inflação e atividade
dos EUA serão decisivos para a
construção dos prognósticos
para a política monetária do
Fed no começo de agosto", afirma a equipe de analistas da corretora Coinvalores.
"Já a agenda interna é relativamente fraca e o mercado deverá focar no comportamento
dos índices de inflação e projeções do mercado a ser divulgadas hoje, de olho na próxima
reunião do Copom, marcada
para os dias 22 e 23."
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