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"Maldição do petróleo" não atingirá o Brasil, diz Dilma
Para a ministra, país transformará riqueza do pré-sal em benefício para a população
Segundo a "maldição do petróleo", nações que possuem vastas reservas petrolíferas sofrem com a falta de industrialização
EDUARDO SCOLESE
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Ao fazer coro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva
sobre a utilização dos recursos
gerados com as reservas da camada pré-sal, na bacia de Santos, a ministra Dilma Rousseff
(Casa Civil) disse ontem que o
Brasil não será vítima da chamada "maldição do petróleo",
segundo a qual países com vastas reservas petrolíferas sofrem
com a falta de industrialização.
"Muitas vezes dita na literatura internacional, a maldição
do petróleo, em que os países
que têm petróleo geralmente
são países com pouca industrialização, nem isso nos afetará. O Brasil será sem dúvida um
país capaz de transformar essa
riqueza [petrolífera] num grande benefício para a sua população", disse a ministra.
Antes de citar a "maldição",
Dilma disse que, ante a capacidade de passar de auto-suficiente para exportador, o Brasil
não pode ser tratado como um
[país] "qualquer".
"Temos uma indústria diversificada; temos todo um processo em andamento de industrialização da economia que
pode vir a permitir que o Brasil
seja também um grande país na
área da indústria naval, dos
equipamentos e da produção
de bens e materiais que serão
utilizados pela própria indústria petroleira e também no que
se refere à indústria química,
petroquímica."
Anteontem, no Rio de Janeiro, o presidente Lula afirmou
que os lucros com a exploração
de petróleo na camada pré-sal
devem ser utilizados para "resolver definitivamente os problemas da educação" e que não
fiquem "na mão de meia dúzia
de empresas".
Dilma foi na mesma linha: "O
pré-sal é um recurso tão importante para o futuro da nossa geração, mas sobretudo das próximas gerações no país, que ele
é de fato um recurso do conjunto da população brasileira. E isso define fundamentalmente o
princípio que vai nortear o governo no seu uso", afirmou, ao
responder à única pergunta da
imprensa após evento da Controladoria Geral da União, no
qual foram sorteados 50 municípios beneficiados pelo PAC
(Programa de Aceleração do
Crescimento) a serem fiscalizados pelo órgão.
Segundo a Folha publicou
no domingo, o governo decidiu
não entregar à Petrobras todos
os campos de pré-sal que ainda
não foram leiloados.
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