São Paulo, quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

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Mercado Aberto

GUILHERME BARROS - guilherme.barros@uol.com.br

Setor automotivo voltará a crescer já no 1º tri

A indústria automotiva voltará a crescer neste primeiro trimestre puxando para cima a indústria como um todo. A análise é de Bráulio Borges, economista-chefe da LCA Consultores, com base em dados de licenciamento e estoque do início deste mês.
Segundo ele, a participação direta do setor automobilístico sobre o total da produção manufatureira é de 9%. Ao considerar os reflexos sobre toda a cadeia produtiva, o peso do setor sobe para 23%. "Cerca de um quarto da indústria brasileira está ligada de alguma forma ao setor automotivo."
Após duas quedas de 12% e 23%, respectivamente em outubro e novembro de 2008, o número de licenciamentos de veículos se estabilizou em dezembro. E, nos primeiros oito dias úteis de janeiro, houve uma alta de 24% sobre o mesmo período do mês anterior. Os estoques nos pátios das montadoras também caíram, de 56 dias em novembro para 36 dias em dezembro.
"Com queda nos estoques e aumento das vendas, a indústria terá que produzir mais veículos", afirma Borges.
O retorno da expansão da indústria automotiva, no entanto, não torna incoerentes as demissões no setor, diz Borges. Segundo ele, o tombo do setor foi muito forte em 2008 e, apesar do crescimento, a produção industrial ainda ficará abaixo do patamar pré-crise.
Para Borges, a atividade do setor só retornará ao nível anterior à crise no segundo semestre deste ano, quando os possíveis cortes na Selic começarem a fazer efeito.
Mas antes do reaquecimento, o mercado ainda verá mais números negativos para a indústria. A expectativa de Borges é que a produção total da indústria recue 8% no quarto trimestre de 2008 ante o período anterior, puxada pelo setor automotivo. Apenas o setor de veículos se desacelerou em 32,4% entre outubro e dezembro, segundo dados da Anfavea dessazonalizados pela LCA.

FLORESTA
A ArcelorMittal Florestas, unidade da ArcelorMittal Aços Longos, investiu R$ 33 milhões em 2008 na formação de 10 mil hectares de novos maciços florestais e na manutenção de antigos plantios de carvão vegetal. Cerca de 20% desses recursos foram direcionados a pesquisa e desenvolvimento do insumo, realizadas em parcerias com universidades brasileiras.

FILME
A NetMovies, locadora on-line da Ideiasnet, bateu a marca de circulação de 5 milhões de DVDs em 2008, contra os 500 mil locados no ano anterior.

ESTETOSCÓPIO
Um estudo da Med-Rio Check-up constatou que, nos últimos dois anos, a procura por check-up de pacientes estrangeiros cresceu 12%. A maioria dos estrangeiros atendidos na clínica é de angolanos, de franceses e de países do Mercosul.

GIZ
O INDG (Instituto de Desenvolvimento Gerencial) acaba de lançar o livro "A padronização na área educacional", do professor Vicente Falconi. A obra sugere que as escolas adotem os princípios de gestão aplicados nas maiores empresas brasileiras para ajudar a elevar o rendimento de alunos e educadores.

DEFESA
Miguel Jorge (Desenvolvimento) parte no dia 24 para uma missão de seis dias por Líbia, Tunísia, Marrocos e Argélia, acompanhado por empresas da indústria de segurança e defesa, como Embaer, Emgepron, SantosLab, Ares, Aeromot, Avibras e Condor Tecnologias Não-letais. Na década de 1980, o norte da África e especialmente o Oriente Médio eram os principais mercados do Brasil. Recentemente, a Mectron vendeu mísseis antirradiação ao Paquistão e a Avibrás forneceu foguetes para a Malásia.

PEDALADA A EDP Energias do Brasil, que usou veículos movidos a álcool em sua frota operacional, evitou a emissão de mais de 600 mil toneladas de gás carbônico na atmosfera, com uma economia de mais de R$ 500 mil. A empresa agora pretende promover a utilização da bicicleta como meio de transporte ecologicamente correto e saudável. A EDP Energias do Brasil vai inaugurar um bicicletário em seu estacionamento e patrocinar o Bike Tour São Paulo, que acontece no dia 25, feriado de aniversário de São Paulo.

BRAILE
O novo restaurante italiano Zucco, aberto em São Paulo no final do ano passado, passa a oferecer um menu em braile para seus clientes com deficiência visual. O cardápio tem 21 páginas.

NO VAREJO
As operações estrangeiras das grandes redes de varejo dos EUA podem crescer enquanto o mercado americano estiver em hibernação, segundo Marcos Gouvêa, da Gouvêa de Souza & MD, que esteve em Nova York para a NRF, encontro mundial de varejo. Para Gouvêa, com o mercado americano em baixa, o que resta às grandes empresas que já têm operação fora dos EUA, como o Wal-Mart, por exemplo, é acelerar planos de expansão internacional. "Juntem-se o pior Natal dos últimos 40 anos, estoques desbalanceados, promoções, desemprego, confiança em baixa, contração no crédito e rentabilidade de vendas cada vez menores e teremos o cenário de um país em liquidação."

TURBULÊNCIA Alan Gandelman, presidente da inglesa Icap no Brasil, uma das maiores corretoras de valores do mundo, que acaba de chegar ao país e começa a operar em meio à crise, segundo Gandelman, sem alterar a estratégia elaborada antes do estouro das turbulências; "estamos mantendo as estratégias que tínhamos no começo do ano passado, de um Brasil com grau de investimento, vamos ter visão de médio e longo prazo, apesar dos repiques"; a Icap está em 35 países e movimenta por dia mais de US$ 1 trihão

CONSUMISMO
A maioria dos jovens não se lembra da marca de jeans que comprou, segundo pesquisa da Franceschini Análises de Mercado com consumidores de 18 a 29 anos de 173 cidades sobre a sua intenção de compra de diversos produtos como calças jeans, óculos escuros, celular e notebook. Cerca de 25% não possuem preferência por marca. Em média, as mulheres compram cerca de 15% a mais que os homens dos mesmos artigos.

NA BRASA
Ari Coser, dono da Fogo de Chão, vai inaugurar mais uma unidade nos EUA, em Kansas City, no dia 22, no meio do furacão da crise econômica. A nova casa faz parte do plano de expansão, que foi planejado antes da crise e conta ainda com outros restaurantes. "Tínhamos a programação de quatro lojas em 2008 e quatro neste ano." As próximas não estão descartadas e, segundo Coser, a única coisa que pode ocorrer é algum adiamento para 2010, se a crise piorar. Segundo Ari, no último ano, o crescimento, que era esperado em 25%, ficou em 17,5%. "Estávamos mais otimistas."


com JOANA CUNHA e MARINA GAZZONI


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