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Indústria têxtil elimina 15 mil vagas em 2 meses e vê pior momento em dez anos
SAMANTHA LIMA
DA SUCURSAL DO RIO
A indústria têxtil registrou o
pior fim de ano em uma década.
Sob efeito da crise, o setor viu a
produção se estagnar em novembro e dezembro e extinguiu
15 mil das 58 mil vagas com carteira assinada criadas nos dez
meses anteriores. "Não me
lembro de ter visto tantas demissões no período nos últimos
dez anos", diz Aguinaldo Diniz,
presidente da Abit (Associação
Brasileira da Indústria Têxtil).
Na última terça-feira, o IBGE
(Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) havia informado que o setor têxtil foi um
dos que mais demitiram. O número de vagas caiu 9,8% em novembro, em relação a novembro de 2007. Na mesma comparação, a indústria em geral viu o
número de vagas crescer 0,4%.
As demissões foram uma resposta à estagnação na produção, consequência da queda na
demanda por produtos têxteis
nacionais. "O país começou a
responder preventivamente à
crise reduzindo o consumo",
afirma Diniz. O crescimento
nas vendas superior a 10% registrada no comércio de roupas, segundo a Abit, deveu-se
ao consumo de produtos estocados e de importados.
A entidade ressalta, porém,
que o total líquido de vagas
criadas no ano deverá fechar
em 43 mil, mil a menos que em
2007. O setor tem 1,7 milhão de
trabalhadores formais.
O setor têxtil vem pedindo ao
governo medidas de desoneração, mas nega que tenha agido
em resposta à crise. "Defendemos, entre outras coisas, a possibilidade de gerar créditos de
PIS/Cofins a partir dos encargos de contratação de mão-de-obra e alargamento de prazos
para pagamento de impostos."
Graças ao aumento da demanda interna nos nove primeiros meses, o setor fecha
2008 com faturamento de R$
43 bilhões, crescimento de 4%
em relação a 2007, que havia fechado com expansão de 4,5%.
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