São Paulo, quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

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Oposição quer explicação de Mantega sobre Votorantim

49,99% do banco foi comprado pelo BB por R$ 4,2 bi

MARIA CLARA CABRAL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A oposição quer que o ministro Guido Mantega (Fazenda) explique no Congresso detalhes sobre a compra de 49,99% do Banco Votorantim pelo Banco do Brasil por R$ 4,2 bilhões. Ontem, o presidente nacional do DEM, deputado Rodrigo Maia (RJ), apresentou requerimento pedindo a convocação do ministro ainda durante o recesso parlamentar.
Rodrigo Maia argumenta que não houve transparência na compra, que a transição não se justifica e que o ministro "precisa se decidir se as pessoas estão precisando comprar carros ou garantir seus empregos".
"A operação foi feita apenas para ajudar uma instituição em dificuldades? Colocar R$ 4 bilhões vai garantir o emprego dos trabalhadores ou apenas garantir o financiamento na compra de carros? Esse novo socialismo criado pelo PT não está ajudando o país", afirmou o deputado.
No anúncio da compra, na semana passada, o ministro disse que a operação era estrategicamente importante pela carteira de crédito do Votorantim, principalmente na área de veículos usados. Segundo Mantega, a transição pode ajudar a aumentar o financiamento de carros.
O ministro argumentou ainda que o Banco Votorantim atua nas áreas em que o Banco do Brasil menos atua, por exemplo no financiamento de materiais de construção e de veículos. "É como se estivéssemos acoplando uma financeira a um banco comercial", disse.
O requerimento de convocação de Mantega foi apresentado à Comissão Mista Representativa do Congresso, formada por deputados e senadores que fazem uma espécie de plantão durante o recesso.

Convocação
O presidente do Senado, Garibaldi Alves (PMDB-RN), também comanda a comissão e é ele quem decide se os demais parlamentares do grupo serão chamados ainda neste mês para debater o pedido de convocação. Parlamentares da base aliada ao governo argumentam que não há necessidade de pressa para as explicações.
Membro da Comissão Mista, o senador Renato Casagrande (PSB-ES) acha que o Congresso tem o dever de acompanhar detalhes da compra e as suas consequências, mas ressalta que isso pode ser feito na volta do recesso -marcada para 2 de fevereiro. "Não vejo que isso seja uma ação urgente, mas, se for marcada a reunião, eu vou participar", disse Casagrande.


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