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Oposição quer explicação de Mantega sobre Votorantim
49,99% do banco foi comprado pelo BB por R$ 4,2 bi
MARIA CLARA CABRAL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A oposição quer que o ministro Guido Mantega (Fazenda)
explique no Congresso detalhes sobre a compra de 49,99%
do Banco Votorantim pelo
Banco do Brasil por R$ 4,2 bilhões. Ontem, o presidente nacional do DEM, deputado Rodrigo Maia (RJ), apresentou requerimento pedindo a convocação do ministro ainda durante o recesso parlamentar.
Rodrigo Maia argumenta que
não houve transparência na
compra, que a transição não se
justifica e que o ministro "precisa se decidir se as pessoas estão precisando comprar carros
ou garantir seus empregos".
"A operação foi feita apenas
para ajudar uma instituição em
dificuldades? Colocar R$ 4 bilhões vai garantir o emprego
dos trabalhadores ou apenas
garantir o financiamento na
compra de carros? Esse novo
socialismo criado pelo PT não
está ajudando o país", afirmou
o deputado.
No anúncio da compra, na semana passada, o ministro disse
que a operação era estrategicamente importante pela carteira
de crédito do Votorantim, principalmente na área de veículos
usados. Segundo Mantega, a
transição pode ajudar a aumentar o financiamento de carros.
O ministro argumentou ainda que o Banco Votorantim
atua nas áreas em que o Banco
do Brasil menos atua, por
exemplo no financiamento de
materiais de construção e de
veículos. "É como se estivéssemos acoplando uma financeira
a um banco comercial", disse.
O requerimento de convocação de Mantega foi apresentado à Comissão Mista Representativa do Congresso, formada
por deputados e senadores que
fazem uma espécie de plantão
durante o recesso.
Convocação
O presidente do Senado, Garibaldi Alves (PMDB-RN), também comanda a comissão e é
ele quem decide se os demais
parlamentares do grupo serão
chamados ainda neste mês para debater o pedido de convocação. Parlamentares da base
aliada ao governo argumentam
que não há necessidade de
pressa para as explicações.
Membro da Comissão Mista,
o senador Renato Casagrande
(PSB-ES) acha que o Congresso
tem o dever de acompanhar detalhes da compra e as suas consequências, mas ressalta que isso pode ser feito na volta do recesso -marcada para 2 de fevereiro. "Não vejo que isso seja
uma ação urgente, mas, se for
marcada a reunião, eu vou participar", disse Casagrande.
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