São Paulo, quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

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Bolsa de SP cai 3,95% com dados negativos no exterior

Queda no varejo nos EUA e perda de banco afetam ações

FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

O mercado acionário encarou um dia de perdas elevadas pelo mundo. Resultados corporativos e dados econômicos decepcionantes derrubaram as Bolsas de Valores. Na Bovespa, houve desvalorização de 3,95%, com seu principal índice acionário indo a 37.981 pontos.
A Europa foi quem teve os piores desempenhos de ontem. A Bolsa de Londres perdeu 4,97%; em Frankfurt, a baixa ficou em 4,63%; e Paris encerrou com baixa de 4,56%. Nos EUA, o Dow Jones caiu 2,94%. O setor bancário foi destaque de perdas nas Bolsas ontem.
Na Bovespa, as grandes instituições financeiras tiveram quedas expressivas: Itaú PN perdeu 7,51%; BB ON recuou 6,74%; e Bradesco PN, 6,03%.
Após a queda de ontem, o índice Ibovespa (que reúne as 66 ações brasileiras de maior liquidez) passou a ter apreciação de apenas 1,15% no ano. No dia 6, o índice registrava ganhos acumulados de 12,68%.
"O começo do ano foi de muita euforia na Bolsa, sem que houvesse motivos que justificassem ganhos tão rápidos. Agora o mercado começou a queimar essa gordura. Não podemos esquecer de que não houve mudanças em relação à crise internacional para que as ações estivessem subindo tanto", afirma Fausto Gouveia, economista da Infra Asset.
A entrada de capital externo na Bovespa, que estava forte nos primeiros dias de 2009, perdeu fôlego nos últimos pregões, segundo operadores do mercado. Até o dia 12, o saldo das operações realizadas pelos estrangeiros se mantinha positivo, em R$ 580 milhões. Mas no dia 7 o saldo estava mais forte, em R$ 1,04 bilhão.
Sendo muito negociadas pelos estrangeiros, as ações de Petrobras e Vale estiveram entre as baixas do pregão de ontem. Para Petrobras PN, o papel de maior liquidez da Bovespa, a queda ficou em 2,71%. Já Vale PNA, que ocupa a segunda posição dentre as ações de maior peso da Bolsa paulista, terminou com recuo de 3,92%.
Dados como o recuo na produção industrial na zona do euro, que se retraiu em 1,6% em novembro, e a queda das vendas no varejo dos Estados Unidos em dezembro não colaboraram para que o mercado acionário internacional tivesse um dia menos ruim.
A depreciação do petróleo, que fechou a US$ 37,28 em Nova York, com baixa de 1,32%, também favoreceu o dia negativo. O aumento nos estoques de petróleo cru nos EUA colaboraram para a queda no preço do produto.
Em Wall Street, o Citigroup voltou a desabar, com rumores de que deve se desfazer de parte de suas unidades. A ação da instituição financeira registrou baixa de 22%.
O prejuízo anunciado pelo Deutsche Bank no quarto trimestre levou seus papéis a despencarem 7,9% em Frankfurt. No mercado londrino, os papéis do Barclays caíram 14,3%, prejudicados por rumores de que pode vir a demitir elevado número de profissionais.

Em alta
Com mais um pregão de alta, o dólar passou a acumular apreciação diante do real no ano. Ontem a moeda subiu 0,82% e terminou as operações vendida a R$ 2,346 -em janeiro, registra elevação de 0,51%.
O BC manteve sua forma de atuação: realizou dois leilões e vendeu US$ 1,27 bilhão destinado ao setor exportador. Também foi feita uma venda de dólares ao mercado.
Ontem a autoridade monetária informou que o fluxo cambial ficou negativo em US$ 873 milhões até o dia 9 -ou seja, mais dólares saíram que entraram no país no período.


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