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Bolsa de SP cai 3,95% com dados negativos no exterior
Queda no varejo nos EUA e
perda de banco afetam ações
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
O mercado acionário encarou um dia de perdas elevadas
pelo mundo. Resultados corporativos e dados econômicos decepcionantes derrubaram as
Bolsas de Valores. Na Bovespa,
houve desvalorização de 3,95%,
com seu principal índice acionário indo a 37.981 pontos.
A Europa foi quem teve os
piores desempenhos de ontem.
A Bolsa de Londres perdeu
4,97%; em Frankfurt, a baixa ficou em 4,63%; e Paris encerrou
com baixa de 4,56%. Nos EUA,
o Dow Jones caiu 2,94%. O setor bancário foi destaque de
perdas nas Bolsas ontem.
Na Bovespa, as grandes instituições financeiras tiveram
quedas expressivas: Itaú PN
perdeu 7,51%; BB ON recuou
6,74%; e Bradesco PN, 6,03%.
Após a queda de ontem, o índice Ibovespa (que reúne as 66
ações brasileiras de maior liquidez) passou a ter apreciação
de apenas 1,15% no ano. No dia
6, o índice registrava ganhos
acumulados de 12,68%.
"O começo do ano foi de muita euforia na Bolsa, sem que
houvesse motivos que justificassem ganhos tão rápidos.
Agora o mercado começou a
queimar essa gordura. Não podemos esquecer de que não
houve mudanças em relação à
crise internacional para que as
ações estivessem subindo tanto", afirma Fausto Gouveia,
economista da Infra Asset.
A entrada de capital externo
na Bovespa, que estava forte
nos primeiros dias de 2009,
perdeu fôlego nos últimos pregões, segundo operadores do
mercado. Até o dia 12, o saldo
das operações realizadas pelos
estrangeiros se mantinha positivo, em R$ 580 milhões. Mas
no dia 7 o saldo estava mais forte, em R$ 1,04 bilhão.
Sendo muito negociadas pelos estrangeiros, as ações de Petrobras e Vale estiveram entre
as baixas do pregão de ontem.
Para Petrobras PN, o papel de
maior liquidez da Bovespa, a
queda ficou em 2,71%. Já Vale
PNA, que ocupa a segunda posição dentre as ações de maior
peso da Bolsa paulista, terminou com recuo de 3,92%.
Dados como o recuo na produção industrial na zona do euro, que se retraiu em 1,6% em
novembro, e a queda das vendas no varejo dos Estados Unidos em dezembro não colaboraram para que o mercado acionário internacional tivesse um
dia menos ruim.
A depreciação do petróleo,
que fechou a US$ 37,28 em Nova York, com baixa de 1,32%,
também favoreceu o dia negativo. O aumento nos estoques de
petróleo cru nos EUA colaboraram para a queda no preço do
produto.
Em Wall Street, o Citigroup
voltou a desabar, com rumores
de que deve se desfazer de parte
de suas unidades. A ação da instituição financeira registrou
baixa de 22%.
O prejuízo anunciado pelo
Deutsche Bank no quarto trimestre levou seus papéis a despencarem 7,9% em Frankfurt.
No mercado londrino, os papéis do Barclays caíram 14,3%,
prejudicados por rumores de
que pode vir a demitir elevado
número de profissionais.
Em alta
Com mais um pregão de alta,
o dólar passou a acumular
apreciação diante do real no
ano. Ontem a moeda subiu
0,82% e terminou as operações
vendida a R$ 2,346 -em janeiro, registra elevação de 0,51%.
O BC manteve sua forma de
atuação: realizou dois leilões e
vendeu US$ 1,27 bilhão destinado ao setor exportador. Também foi feita uma venda de dólares ao mercado.
Ontem a autoridade monetária informou que o fluxo cambial ficou negativo em US$ 873
milhões até o dia 9 -ou seja,
mais dólares saíram que entraram no país no período.
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