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China se torna a 3ª maior economia global
Ao revisar crescimento do PIB em 2007 de 11,9% para 13%, país ultrapassa a Alemanha e só fica atrás dos EUA e do Japão
Contra a crise, novo plano
para estimular venda de
automóveis é anunciado,
com corte de impostos e
crédito para montadoras
RAUL JUSTE LORES
DE PEQUIM
A China ultrapassou a Alemanha e se tornou a terceira
maior economia do mundo, segundo um novo cálculo do governo chinês sobre o crescimento do PIB em 2007.
O Escritório Nacional de Estatísticas divulgou ontem que o
PIB do ano retrasado cresceu
13%, em vez dos 11,9% anunciados então.
Pelo novo número, de US$
3,38 trilhões, a China hoje só é
superada pelos Estados Unidos
(US$ 13,8 tri) e pelo Japão (US$
4,38 tri). O novo PIB chinês
equivale à soma das economias
da Itália e do Brasil, duas das
dez maiores do mundo. Mas,
com 1,3 bilhão de habitantes, a
renda per capita ainda é menos
que a metade da brasileira.
Como diversas outras estatísticas divulgadas no país, onde o controle da informação é
quase total, há suspeita de que
as autoridades chinesas usem
números para mascarar as turbulências na economia local,
revisando para cima quando a
situação é difícil e escondendo
crescimento para ter margem
de manobra futura.
O PIB de 2007 já tinha sido
revisado uma vez, de 11,4% para
11,9% em 2008.
Crescimento abalado
A notícia do novo patamar alcançado pela economia chinesa
chega no momento em que o
país enfrenta a maior crise da
última década, com crescimento de desemprego, queda no
consumo e nas exportações.
Depois do crescimento de
13% em 2007, estima-se que a
economia chinesa tenha crescido 9,4% em 2008. O governo
diz que em 2009 o PIB subirá
8%, mas diversos economistas
estimam o crescimento entre
5% e 6%, um aumento tímido
para um país que precisa empregar pelo menos 10 milhões
de trabalhadores por ano que
migram para as grandes cidades e com renda per capita de
país em desenvolvimento.
Ainda assim, crescendo a 6%,
a China será uma das maiores
responsáveis pelo crescimento
do mundo em 2009, enquanto
a maioria das grandes economias patina em recessão.
A médio prazo, porém, a China deve continuar crescendo
por ainda estar em um estágio
médio de urbanização, com dezenas de milhões vivendo de
agricultura de subsistência.
Apenas 46% da população é urbana (no Brasil são 81%).
Anticrise
O governo chinês tem anunciado diversas medidas para
tentar conter os efeitos da crise, que podem se espalhar e
provocar tensão e protestos no
país. Depois de anunciar um
plano de estímulo de US$ 580
bilhões e de cortar cinco vezes a
taxa de juros (subtraindo 2,16
pontos), o Conselho de Estado
divulgou ontem um pacote para reanimar as vendas do setor
automobilístico.
Da próxima terça até o final
do ano, o imposto pela compra
de carros até 1.6 cairá de 10% a
5%. Também foi anunciado um
fundo de 5 bilhões de yuans (R$
1,7 bilhão) para fornecer créditos a agricultores que quiserem
trocar seus tratores e comprar
camionetes e minivans, entre
março e dezembro. E outro
fundo de 10 bilhões de yuans
(R$ 3,4 bi) para apoiar pesquisas tecnológicas para melhorar
os veículos produzidos pelas
montadoras chinesas e adequá-los a energia alternativas.
Sem dar maiores detalhes, o
pacote também promete promover a fusão de montadoras e
empresas de autopeças "para
otimizar recursos e melhorar
sua competitividade no mercado internacional", segundo texto da agência estatal Xinhua.
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