São Paulo, quarta-feira, 15 de abril de 2009

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Dados dos EUA esfriam os ânimos, e Bolsas caem

Bovespa recua 1,25%; dólar se fortalece e vai a R$ 2,195

FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

A economia norte-americana voltou a causar mal-estar no mercado internacional. As Bolsas de Valores tiveram um dia fraco nos principais centros financeiros. Para a Bovespa, o pregão foi de queda de 1,25%.
O começo do pregão ainda foi marcado pela resistência da Bovespa, que registrou valorização de 1,3%, batendo em 46.591 pontos na máxima de ontem. Mas a pressão negativa externa acabou por prevalecer.
Em Wall Street, o índice acionário Dow Jones terminou o pregão com perdas de 1,71%. A Bolsa eletrônica Nasdaq recuou 1,67%.
O resultado da evolução dos preços no atacado nos EUA, medido pelo índice PPI, decepcionou. O PPI marcou deflação de 1,2%, acima do esperado, o que sinaliza desaceleração mais expressiva que o previsto. Outro número decepcionante foi o das vendas no varejo, que se retraíram 1,1% em março.
As declarações de Ben Bernanke, presidente do Fed (o banco central dos EUA), que se mostrou otimista em relação ao futuro econômico do país, não melhoraram o humor do mercado. Para Bernanke, há sinais perceptíveis de que a forte desaceleração da economia está se suavizando.
O setor bancário, que vinha subindo com força nos últimos pregões em Wall Street, impulsionado por resultados e expectativas favoráveis, esfriou ontem. As ações do Goldman Sachs, que divulgou lucro trimestral de US$ 1,66 bilhão anteontem, registraram desvalorização de 11,56%. A instituição financeira pretende levantar US$ 5 bilhões com a emissão de ações para quitar o empréstimo que recebeu do governo após o agravamento da crise.
Outros destaques foram as baixas registradas por JP Morgan Chase (-8,90%) e Bank of America (-8,44%).
Na Bovespa, as ações dos bancos também não tiveram um pregão muito animador: Itaú Unibanco PN caiu 4,68%, e Bradesco PN perdeu 3,36%. Já Banco do Brasil ON escapou do vermelho, ao subir 1,42% -mas, na semana passada, o papel caiu 11,72%, após seu presidente ser substituído.
Ontem o Itaú anunciou que vai encerrar as atividades de sua financeira, a Taií.
O desempenho das commodities no exterior também não ajudou no dia, afetando as ações de maior peso da Bolsa. O papel preferencial da Petrobras encerrou os negócios com baixa de 0,94%. A ação preferencial "A" da Vale recuou 0,26%.
No Brasil, dados que sinalizam uma melhora na economia não ajudaram o mercado. Segundo a FGV, a produção da indústria paulista deve ter expansão de 6,2% em março sobre o mês anterior. A projeção faz parte do Sinalizador da Produção Industrial, feito pela Fundação Getulio Vargas.
"Esse resultado mostra que a produção industrial de São Paulo deverá contribuir positivamente para a produção industrial em março, após resultados bastante fracos desde meados de setembro, quando sofreu com os efeitos adversos da crise financeira internacional", avaliou, em relatório, o Departamento de Pesquisas Econômicas do Bradesco.

Câmbio
O dólar, que chegou a ser negociado a R$ 2,165 na segunda-feira, interrompeu sua rota de baixa ontem. Em meio ao cenário internacional menos favorável, o dólar foi alvo de compras mais expressivas e terminou as operações com apreciação de 1,01% diante do real.
Todavia, apesar de ser negociada a R$ 2,195 no fim dos negócios, a moeda americana ainda registra expressiva baixa de 5,31% no acumulado do mês.


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