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Dados dos EUA esfriam os ânimos, e Bolsas caem
Bovespa recua 1,25%; dólar
se fortalece e vai a R$ 2,195
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
A economia norte-americana voltou a causar mal-estar no
mercado internacional. As Bolsas de Valores tiveram um dia
fraco nos principais centros financeiros. Para a Bovespa, o
pregão foi de queda de 1,25%.
O começo do pregão ainda foi
marcado pela resistência da
Bovespa, que registrou valorização de 1,3%, batendo em
46.591 pontos na máxima de
ontem. Mas a pressão negativa
externa acabou por prevalecer.
Em Wall Street, o índice acionário Dow Jones terminou o
pregão com perdas de 1,71%. A
Bolsa eletrônica Nasdaq recuou 1,67%.
O resultado da evolução dos
preços no atacado nos EUA,
medido pelo índice PPI, decepcionou. O PPI marcou deflação
de 1,2%, acima do esperado, o
que sinaliza desaceleração
mais expressiva que o previsto.
Outro número decepcionante
foi o das vendas no varejo, que
se retraíram 1,1% em março.
As declarações de Ben Bernanke, presidente do Fed (o
banco central dos EUA), que se
mostrou otimista em relação ao
futuro econômico do país, não
melhoraram o humor do mercado. Para Bernanke, há sinais
perceptíveis de que a forte desaceleração da economia está
se suavizando.
O setor bancário, que vinha
subindo com força nos últimos
pregões em Wall Street, impulsionado por resultados e expectativas favoráveis, esfriou ontem. As ações do Goldman
Sachs, que divulgou lucro trimestral de US$ 1,66 bilhão anteontem, registraram desvalorização de 11,56%. A instituição
financeira pretende levantar
US$ 5 bilhões com a emissão de
ações para quitar o empréstimo
que recebeu do governo após o
agravamento da crise.
Outros destaques foram as
baixas registradas por JP Morgan Chase (-8,90%) e Bank of
America (-8,44%).
Na Bovespa, as ações dos
bancos também não tiveram
um pregão muito animador:
Itaú Unibanco PN caiu 4,68%, e
Bradesco PN perdeu 3,36%. Já
Banco do Brasil ON escapou do
vermelho, ao subir 1,42%
-mas, na semana passada, o
papel caiu 11,72%, após seu presidente ser substituído.
Ontem o Itaú anunciou que
vai encerrar as atividades de
sua financeira, a Taií.
O desempenho das commodities no exterior também não
ajudou no dia, afetando as
ações de maior peso da Bolsa. O
papel preferencial da Petrobras
encerrou os negócios com baixa de 0,94%. A ação preferencial "A" da Vale recuou 0,26%.
No Brasil, dados que sinalizam uma melhora na economia
não ajudaram o mercado. Segundo a FGV, a produção da indústria paulista deve ter expansão de 6,2% em março sobre o
mês anterior. A projeção faz
parte do Sinalizador da Produção Industrial, feito pela Fundação Getulio Vargas.
"Esse resultado mostra que a
produção industrial de São
Paulo deverá contribuir positivamente para a produção industrial em março, após resultados bastante fracos desde
meados de setembro, quando
sofreu com os efeitos adversos
da crise financeira internacional", avaliou, em relatório, o
Departamento de Pesquisas
Econômicas do Bradesco.
Câmbio
O dólar, que chegou a ser negociado a R$ 2,165 na segunda-feira, interrompeu sua rota de
baixa ontem. Em meio ao cenário internacional menos favorável, o dólar foi alvo de compras mais expressivas e terminou as operações com apreciação de 1,01% diante do real.
Todavia, apesar de ser negociada a R$ 2,195 no fim dos negócios, a moeda americana ainda registra expressiva baixa de
5,31% no acumulado do mês.
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