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Ministério da Fazenda faz troca na Casa da Moeda
Indicado por Múcio substitui funcionário de carreira
SHEILA D'AMORIM
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A dança das cadeiras na área
econômica do governo sob a alçada do ministro Guido Mantega (Fazenda) não se restringiu à
saída de Bernard Appy da SPE
(Secretaria de Política Econômica), anunciada há cerca de
dez dias. A próxima vítima é o
presidente da Casa da Moeda,
José dos Santos Barbosa, colocado no cargo em 2005 pelo ex-ministro Antonio Palocci para
apagar um incêndio no auge da
crise do mensalão.
Segundo a Folha apurou,
mesmo com Mantega em férias, Barbosa foi informado pelo secretário-executivo do ministério, Nelson Machado, de
que deixará a presidência. A
Fazenda espera apenas o retorno do ministro para anunciar
publicamente a troca. O substituto deverá ser Luiz Felipe Denucci Martins, indicação do
ministro das Relações Institucionais, José Múcio (PTB-PE),
segundo fontes do governo.
Martins consta como presidente da empresa de capitalização Horizonte no site da empresa. Economista com especialização em administração,
ele foi delegado do Banco Central em São Paulo e passou pela
Susep (Superintendência de
Seguros Privados) e pela CVM
(Comissão de Valores Mobiliários), além da Brasilcap e da
Brasil Saúde Cia. de Seguros.
Mensalão
Funcionário de carreira do
Banco Central, Barbosa ocupava a chefia do Departamento do
Meio Circulante do BC quando,
em setembro de 2005, foi escalado por Palocci para substituir
Manoel Severino dos Santos na
presidência da Casa da Moeda.
Na época, a autarquia -responsável pela produção de cédulas e moedas, além de itens
de segurança, como selos fiscais, postais e cartoriais, passaportes, bilhetes de metrô e carteiras de trabalho- foi arrastada para a crise do mensalão.
Isso porque Severino dos
Santos foi apontado como o segundo maior destinatário, dentro do PT, do dinheiro repassado pelo empresário Marcos Valério Fernandes de Souza, acusado de ser o principal operador do esquema. Segundo lista
entregue à Polícia Federal, o
presidente da Casa da Moeda
teria recebido R$ 2,7 milhões.
Apesar da sinalização de uma
gestão técnica a partir daí, a cobiça política pelo cargo se acentuou com a troca de Palocci por
Mantega. Mas o novo ministro
manteve a equipe. Com o remanejamento de Appy, Barbosa
era um dos poucos remanescentes da gestão Palocci.
A saída de Barbosa neste momento surpreendeu técnicos
da Fazenda. O faturamento da
Casa da Moeda tem aumentado. Barbosa acabou de desembarcar de viagem ao exterior.
Foi convocado para integrar
comitiva do presidente Lula
para vender produtos da Casa
da Moeda -especialmente selos de segurança e passaporte.
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