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Anheuser-Busch reduz peso da AmBev no grupo
Participação da brasileira em venda e produção cai
DENYSE GODOY
DA REPORTAGEM LOCAL
Atualmente responsável por
cerca de 38% da produção de
cerveja da InBev e por 62% do
seu faturamento, a brasileira
AmBev verá o seu peso dentro
do grupo diminuir após a compra da americana Anheuser-Busch. Do faturamento estimado de US$ 36,4 bilhões da gigante Anheuser-Busch InBev,
os US$ 12,2 bilhões da AmBev
representarão apenas 33,5%.
Na produção de 46 bilhões de
litros da bebida, a companhia
brasileira entrará com 10,3 bilhões de litros, ou 23%.
Esse reposicionamento é
mais um capítulo do processo
de globalização da empresa,
que nasceu em 1999, com a incorporação da Antarctica pela
Brahma, e foi vendida para a
belga InBev em 2004. A diminuição da participação da AmBev nos resultados do grupo
não significa, porém, que a sua
importância será reduzida.
"Os mercados consumidores
emergentes têm um potencial
muito significativo de crescimento -possuem uma grande
população, cuja renda está aumentando. Então, a operação
no país continuará sendo fundamental", afirma Arthur Barrionuevo, professor da FGV
(Fundação Getulio Vargas).
Para Alexandre Assaf Neto,
professor da Fipecafi (Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras),
a AmBev sai fortalecida da
transação.
Primeiro, porque os seus
criadores -Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Beto Sicupira-, que são os maiores
acionistas individuais da InBev
e ditam o estilo de gestão, vão se
tornar acionistas da maior cervejaria do mundo. E, depois,
porque a brasileira usufruirá de
todos os benefícios de fazer
parte de uma estrutura imensa,
o que lhe possibilitará ganhar
escala de produção e distribuição. "O desafio deles será gerir
tantos produtos", destaca.
Peter Ping Ho, analista da
corretora Planner, frisa que a
AmBev já tem uma posição
consolidada no Brasil e na
América Latina. "Resta esperar
a reação dos seus concorrentes.
A tendência, no setor, é de as
maiores comprarem cervejarias locais. E essa pode ser uma
tática das que agora se acham
ameaçadas", diz.
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