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Semana fecha com perda de 4,1% na Bolsa de São Paulo
Dólar sobe para R$ 1,64;
alta no mês alcança 4,93%
DA REPORTAGEM LOCAL
Com mais um pregão de perdas ontem, a Bolsa de Valores
de São Paulo encerrou a semana com forte desvalorização
acumulada de 4,14%, o que elevou suas perdas no ano para
15,09%. A baixa registrada ontem ficou em 1,62%.
Como tem sido a tônica nas
últimas semanas, as ações de
companhias dependentes de
commodities deram o tom negativo ontem. As estrelas Vale e
Petrobras encerraram no vermelho, acompanhadas de outros papéis de peso, como Gerdau, Usiminas e Companhia Siderúrgica Nacional.
O mercado acionário brasileiro tem enfrentado um momento bastante negativo, tanto
que não tem aproveitado nem
os dias mais favoráveis nos
EUA. O índice Dow Jones, das
30 ações americanas de maior
liquidez, subiu 0,38% ontem; e
a Bolsa eletrônica Nasdaq teve
leve recuo de 0,05%.
O processo de baixa do barril
de petróleo, que encerrou a semana a US$ 113,77, em seu menor valor desde o início de
maio, tem afetado as ações da
Petrobras, que caíram 2,30%
(PN) e 2,07% (ON) ontem. No
começo de julho, o petróleo superou os US$ 145, mas não se
sustentou muito em patamar
tão elevado. Ontem o petróleo
recuou 1,08%.
Com a depreciação das commodities, tem sido vista no exterior a valorização do dólar.
Após o ciclo de perda de valor
que a moeda norte-americana
sofreu, chegando a descer a mínimas diante do euro, a divisa
passou a se recuperar.
No mercado de câmbio local,
o movimento também tem sido
sentido. O dólar deixou de derreter diante do real e está com
expressiva alta acumulada de
4,93% neste mês. Nas operações de ontem, o dólar se apreciou mais 0,86% e terminou cotado a R$ 1,64. No ano, a moeda
tem baixa de 7,71%.
Ações depreciadas
No pregão de ontem, a baixa
das ações da Usiminas esteve
entre as mais pesadas, com recuo de 4,61% (ON) e 3,75%
(PNA). Na semana, as ações da
Usiminas também apareceram
como destaque de perdas, com
depreciações de 10,6% (ON) e
10,3% (PNA).
A Bovespa, com queda mensal de 8,84%, está cada vez mais
distante das grandes Bolsas
mundiais em agosto. Entre essas, a que está com baixa mais
elevada é a Bolsa de Tóquio,
que tem queda de 2,67% no
mês. Nos EUA, o Dow Jones
tem ganhos de 2,48%, e a Nasdaq, de 5,46%.
Se for considerado o desempenho da Bovespa em dólares,
o resultado é ainda mais decepcionante: desvalorização de
12,86% no mês.
"A volatilidade segue forte
nos mercados acionários americanos e, conseqüentemente,
no brasileiro. Com a maioria
dos resultados corporativos já
divulgados, as atenções se voltam, principalmente, para os
preços das commodities", diz
Júlio Martins, diretor da Prosper Gestão de Recursos.
Para a próxima semana, Martins destaca o discurso do presidente do Fed (Federal Reserve, o banco central dos Estados
Unidos), que é um dos eventos
que podem "trazer alguma tendência no curto prazo".
Das 66 ações que entram na
composição do índice Ibovespa, 58 encerraram a semana
com perdas acumuladas. O Ibovespa recuou para 54.244 pontos, em seu mais baixo patamar
desde janeiro.
Um dos destaques entre as
poucas ações que subiram na
semana foi a preferencial da Ultrapar, que teve ganhos de
5,58%. Ontem o papel subiu
4,04%. A empresa reagiu positivamente ao anúncio da compra dos negócios de distribuição da Texaco no país.
(FABRICIO VIEIRA)
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