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REUNIÃO DE MIAMI
Empresas como GM, Pepsi e FedEx contribuem com US$ 1,6 mi
Múltis americanas bancam
a organização do encontro
CÍNTIA CARDOSO
DE NOVA YORK
Os diplomatas e líderes governamentais que negociarão durante o encontro ministerial da Alca
(Área de Livre Comércio das
Américas), em Miami, terão como patrocinadores algumas das
maiores empresas dos EUA. General Motors, Pepsi e FedEx, entre
outras, contribuíram financeiramente para a organização.
Com contribuição de US$ 250
mil, a GM é a maior doadora. Em
seguida estão Pepsi e FedEx, que
doaram US$ 150 mil cada uma.
Na lista, que foi divulgada pelo
Miami-Dade County (governo do
condado de Miami) a pedido do
jornal "Miami Herrald", ainda figuram nomes de empresas do setor de telefonia, como a Verizon e
a Bell South.
Ao todo, 49 companhias doaram US$ 1,6 milhão para a organização dos eventos que acontecem
ao longo desta semana. O setor
público (que abrange contribuições do Estado da Flórida e da
Prefeitura de Miami, entre outros) participou com aproximadamente US$ 1,5 milhão.
Em comum entre as empresas,
o discurso de apoio ao livre comércio. "A General Motors tem
todo o interesse em promover o
livre comércio, especialmente nas
Américas. Esse é um instrumento
importante para o crescimento da
região. Essa é uma conferência-chave. A GM quer ser parte dela",
disse à Folha Gus Buenz, diretor
de Comunicação para América
Latina, África e Oriente Médio.
Quanto às expectativas de possibilidade de aumento de lucros
caso a Alca seja implementada,
Buenz se esquivou. "Não temos
expectativas específicas. Achamos que é importante abrir o diálogo sobre comércio na região."
A Pepsi também afirma que o
apoio ao evento reflete uma política já antiga da empresa. "Sempre apoiamos o livre comércio",
diz Larry Jabbonsky, porta-voz da
empresa. Segundo Jabbonsky, essa é a primeira vez que a Pepsi
apóia o encontro da cúpula ministerial. "Isso reflete o nosso
apoio aos esforços de Miami para
organizar esse evento", diz.
Miami é uma das candidatas a
abrigar a futura sede da Alca.
Atlanta, quartel-general da Coca-Cola, é outra candidata.
O porta-voz da Pepsi, porém,
não quis comentar se a doação
para o evento em Miami está relacionada com um apoio formal da
Pepsi à candidatura da cidade.
A FedEx, por meio da sua assessoria de imprensa, informou que
a doação tem como objetivo ajudar a cidade de Miami. Michael
Murkowski, vice-presidente da
divisão latino-americana foi mais
enfático: "O que é bom para o comércio global é bom para a FedEx. A mensagem é simples", declarou para o "Miami Herrald".
Além do encontro ministerial,
um fórum de negócios sobre a Alca também está na programação
de eventos. As empresas dizem
que as doações servirão para ajudar as custear os dois encontros.
Serviços
Quase metade das empresas
doadoras pertence ao setor de serviços. A abertura desse segmento
é uma das principais frentes de
batalha do lado norte-americano.
Entre as companhias de serviços que fizeram contribuições para a organização, o perfil dos doadores se estende de transportes a
telecomunicações, passando por
serviços legais.
Segundo Amâncio Oliveira, da
Perspectiva Consultoria, os segmentos de telecomunicações e
serviços financeiros são os que
despertam o maior interesse comercial dos americanos.
"O Brasil já tem um setor de serviços bastante aberto, mas ainda é
defensivo na questão de serviços
transfronteiriços", afirmou.
Oliveira explica essa modalidade de serviço permitiria, por
exemplo, a comercialização de seguros de previdência sem que a
empresa estrangeira tivesse ao
menos um escritório de representação no Brasil.
"A preocupação [do lado brasileiro] é que essas negociações não
gerariam emprego no país", concluiu o analista.
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