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Inflação dos EUA tem maior alta em 3 anos
Aumento de 1,1%, puxado pelos preços de energia, só é inferior ao da época da passagem do furacão Katrina, em 2005
Ben Bernanke, presidente do banco central americano, afirma que inflação está "muito alta"; entidade
pode elevar taxa de juros
DA REDAÇÃO
A inflação ao consumidor
norte-americano teve no mês
passado a sua maior alta em
praticamente três anos, puxada
especialmente pelo aumento
nos preços do petróleo. O CPI
(índice de preços ao consumidor, na sigla em inglês) subiu
1,1% em junho em relação ao
mês anterior, a maior elevação
desde setembro de 2005, na
época da passagem do furacão
Katrina pelos EUA, e a segunda
maior em 26 anos.
O aumento da inflação é, ao
lado da crise no mercado imobiliário e da elevação do desemprego, um sinal dos problemas
econômicos vividos pelos norte-americanos. A alta nos preços significa que as famílias
precisam consumir menos com
os mesmos salários, o que pode
desacelerar a principal economia mundial. Os gastos dos
consumidores representam
aproximadamente 70% do PIB
dos Estados Unidos.
A alta de junho foi quase o
dobro da do mês anterior,
quando o índice se expandiu
em 0,6%. O aumento foi provocado principalmente pela elevação nos preços de energia,
que subiram 6,6% no mês passado. O segmento de transportes, também prejudicado pelos
preços dos combustíveis, teve
alta de 3,8%. No mês passado, o
preço do barril de petróleo superou pela primeira vez a barreira dos US$ 140.
O núcleo do índice, que exclui os preços de alimentos e
energia (considerados mais voláteis), subiu 0,3% no mês passado, superando a expectativa
de analistas e atingindo o seu
maior nível desde janeiro deste
ano. Nos 12 meses encerrados
em junho, o CPI teve aumento
de 4,9%, a maior alta desde
maio de 1991. Nesse período, os
preços de energia subiram
53,6%. Já os dos alimentos se
expandiram em 8,5%.
O presidente do Fed (o banco
central dos EUA, que tem como
uma das suas tarefas o controle
dos preços), Ben Bernanke, disse ontem no Congresso que a
inflação está "muito alta" e que
a principal prioridade da entidade é comandar uma política
que leve a taxa a níveis aceitáveis. Segundo a ata da mais recente reunião do Fed, no mês
passado, os integrantes do BC
americano se preocupam com a
inflação. A próxima mudança
na política do órgão pode ser
um aumento na taxa de juros.
Na reunião de junho, o Fed
encerrou um ciclo de sete cortes consecutivos na taxa de juros, iniciado em setembro do
ano passado, que a levou de
5,25% para 2%.
Taxa de inflação de pelo menos 1% tem sido rara nos EUA
nos últimos anos. Antes do furacão Katrina, que prejudicou a
extração de petróleo no golfo
do México, a última vez que o
CPI aumentou ao menos 1% foi
em janeiro de 1990. Nos últimos 60 anos, o maior aumento
da inflação norte-americana foi
de 1,8%, que ocorreu duas vezes, em 1951 e 1973.
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