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INDÚSTRIA
Mudança na política cambial abriu o caminho para projetos de exportação
País passou a plataforma de vendas em 99
DA REPORTAGEM LOCAL
Com a mudança da política
cambial, em 1999, o Brasil entrou
na rota das plataformas de exportação das multinacionais. Além
do câmbio, o que tem atraído essas empresas é o fato de o país ser
o 9º PIB mundial por paridade de
poder de compra, segundo classificação do Banco Mundial.
A Unilever, por exemplo, decidiu em 2000 instalar sua terceira
fábrica mundial de sabonetes Dove -as outras são nos EUA e na
Alemanha. Com capacidade para
produzir 12 mil toneladas anuais,
a fábrica instalada em Valinhos
(SP) exporta 3.000 toneladas por
ano para a América Latina. O fato
de ter custos e escalas competitivas, segundo a empresa, determinou a escolha do país.
Hoje, segundo Mario Mugnaini,
secretário-executivo da Camex
(Câmara de Comércio Exterior),
"não é só a política interna das
multinacionais que as leva a colocar plataformas exportadoras no
país". "O Brasil tem atrativos que
nos permitem disputar investimentos com outros países."
Segundo Mugnaini, "estabilidade econômica, inflação estável,
mão-de-obra abundante e de
qualidade e um parque industrial
desenvolvido, capaz de fornecer
matérias-primas e componentes,
atraem projetos". Ele cita como
um exemplo a decisão da alemã
Continental, a maior fabricante
mundial de pneus, de instalar
uma fábrica no Brasil.
Há alguns dias, a empresa deu
início às obras da nova unidade,
em Camaçari, na Bahia, onde vai
investir US$ 260 milhões. Ali, a
partir de 2006, serão produzidos 6
milhões de pneus para automóveis e 700 mil para veículos de carga, por ano -70% irão para os
EUA, o Canadá e o México.
Segundo a empresa, Camaçari
foi escolhida entre dez opções. De
acordo com Renato Sarzano, superintendente para a América Latina, o que pesou foi "a localização
estratégica, a estabilidade política,
a qualidade da mão-de-obra e a
infra-estrutura logística".
(SB)
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