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Empresas investem em pesquisas e tecnologia
DA REPORTAGEM LOCAL
As plataformas de exportação
não se confundem com projetos
de multinacionais para explorar
mão-de-obra barata, como ocorria no passado.
"Elas incluem investimentos,
treinamento, desenvolvimento de
tecnologia, formação de fornecedores locais e são um ganho para
o país", diz Antonio Corrêa de Lacerda, presidente da Sobeet.
A Motorola, por exemplo, tem
no Brasil sua base de exportação
mundial de tecnologia TDMA para telefonia celular. TDMA é a sigla, em inglês, para acesso múltiplo por divisão de tempo, tecnologia capaz de transformar os sinais analógicos de voz em dados
digitais.
É o sistema usado nos EUA e está presente em 35 países e territórios das Américas. "O Brasil foi o
primeiro país a desenvolver software para telefonia celular
TDMA, fora dos EUA", diz Luis
Carlos Cornetta, presidente da
Motorola Brasil. "Nosso interesse
é o desenvolvimento do conhecimento", acrescenta.
A empresa está investindo US$
7 milhões para desenvolver softwares para telefonia móvel, em
parceria com quatro instituições
de pesquisa e universidades brasileiras. "A intensão é investir muito mais, pois o Brasil tem grande
potencial de desenvolvimento de
software", diz Cornetta. Segundo
ele, a Lei de Informática é um fator de estímulo ao setor.
A fábrica da Motorola, inaugurada em 1996 em Jaguariúna (SP),
foi concebida para ser a única unidade produtiva da empresa abaixo da linha do Equador, segundo
Cornetta. É a base de exportação
para o Mercosul e outros países.
De janeiro a julho deste ano a
empresa exportou US$ 194,5 milhões. No ano passado, as vendas
externas totalizaram US$ 526 milhões. "A produção de Jaguariúna
tem um planejamento mundial:
abastecer primeiro o Brasil, exportar para o Mercosul e destinar
os excedentes de produção para
completar a demanda de outras
unidades da Motorola na Venezuela, EUA, China e México."
Novos negócios
O país tem atraído novos negócios na área de tecnologia. A Sony
Ericsson começou a fabricar celulares no país no mês passado, por
meio de um acordo com a Flextronics, a maior empresa de fabricação terceirizada no país.
Inicialmente serão fabricados
dois modelos, com tecnologia
GSM, sigla para "global system
for mobile communications" (sistema global de comunicação móvel). É o sistema digital para telefonia celular predominante na
Europa. Um dos modelos, o T237,
terá sua produção voltada para o
mercado latino-americano.
Outra empresa que quer reforçar sua base exportadora no país é
a HP Brasil. A empresa já é base
de produção de servidores e impressoras para a América do Sul.
Mas segundo Hugo Valério, diretor de assuntos corporativos da
empresa, o país perdeu competitividade em notebooks, por exemplo, devido às regras do Mercosul,
que exigem o uso de componentes de fabricação local.
A empresa quer pegar carona
na meta do governo de exportar
US$ 2 bilhões, até 2007, em softwares e serviços de tecnologia da
informação.
(SB)
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