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Política suscita risco de atraso tecnológico
DA REPORTAGEM LOCAL
A substituição de importações em alguns setores nos
últimos quatro anos impôs
um novo campo de discussão: se o país corre o risco de
sofrer defasagem tecnológica e de qualidade ao deixar
de incorporar componentes
e insumos importados à
produção local.
""A menos que haja um
bloqueio comercial, ninguém mais produz carroça",
diz Júlio Sérgio Gomes de
Almeida, do Iedi. ""O padrão
(do produto fabricado internamente) tem que ser semelhante ao internacional. Dólar a preço elevado não cancela importação. Se o produto não tem qualidade, o interessado vai preferir comprar
importado", completa.
A Abimaq (Associação
Brasileira das Indústrias de
Máquinas e Equipamentos)
calcula que entre janeiro de
1999 e setembro deste ano, o
país tenha poupado US$ 4,4
bilhões com a substituição
de máquinas importadas
por equipamento nacional.
De janeiro a setembro deste ano, as importações do setor foram de US$ 4,82 bilhões, segundo a Abimaq,
contra US$ 5,57 bilhões nos
primeiros nove meses de
2001. E a participação da indústria nacional no setor
passou de 55% no ano passado para 61% em 2002.
Os técnicos da entidade
sustentam que, ao contrário
de outros setores, as importações não caíram por conta
de demanda menor: os investimentos das empresas
na compra de equipamentos
devem ser 1% maior que em
2001. Até setembro, o setor
havia faturado R$ 24,5 bilhões -alta de 8,83% em relação ao ano passado.
""Um país que exporta US$
3,3 bilhões (a meta do setor
no ano), sendo que 35% vão
para os EUA, não tem tecnologia boa?", questiona Luiz
Carlos Delben Leite, presidente da Abimaq.
Para a Funcex, a eventual
melhora na atividade econômica impulsionaria não apenas a retomada de importações de bens intermediários.
""O mesmo deve ocorrer nos
bens de capital. Mas só
quando a economia retomar
níveis de investimento similares aos da década de 90",
diz Fernando Ribeiro.
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