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INDÚSTRIA
Linha de áudio e vídeo puxa expansão do setor; empresários prevêem superar volume comercializado em 1996
Venda de eletrônicos deve crescer 15% no ano
DA REPORTAGEM LOCAL
A indústria eletroeletrônica não
tem do que reclamar. Levantamento que acaba de ser feito pela
Eletros, associação que reúne os
fabricantes do setor, mostra que
as vendas de produtos eletroeletrônicos devem crescer 15% neste
ano em relação a 2004, puxadas
pela linha de áudio e vídeo.
A expectativa dos empresários é
vender 44,8 milhões de unidades
-5,8 milhões de unidades a mais
do que no ano passado- e superar o volume vendido em 1996
(41,4 milhões de unidades).
As vendas da linha de imagem e
som, comandada por televisores e
DVDs, devem crescer 34% neste
ano; as de linha branca (geladeiras, lavadoras e fogões), 3,5% e, de
portáteis (liquidificadores e ferros
de passar), 3%.
Paulo Saab, presidente da Eletros, afirma que a linha de imagem e som, que utiliza componentes importados, foi favorecida
com a queda do dólar. "Houve redução acentuada de preço em alguns desses produtos, sem contar
que o consumidor está sempre
atrás de novas tecnologias."
Esse crescimento de 34% é considerado bastante expressivo pelos fabricantes, levando em conta
que, em 2004, a linha de imagem e
som já havia crescido 42% sobre
2003. "A chegada ao mercado de
novas tecnologias e a obsolescência dos produtos, que estimula a
troca dos aparelhos, têm influência direta sobre essa linha de produtos, principalmente na medida
em que os preços caem," afirma.
O DVD, segundo informa Saab,
foi um dos produtos que mais registrou queda de preços. A expectativa dos fabricantes é vender
neste ano entre 70% e 90% mais
desse produto do que no ano passado, quando foram comercializadas 3,7 milhões de unidades.
Os eletrodomésticos, segundo
informa Saab, já vivem situação
contrária. Houve forte pressão de
custos sobre esses produtos no
mercado interno, que resultou em
alta de preços. E os portáteis tiveram de enfrentar forte concorrência com o mercado informal.
"Sem uma forte distribuição de
renda, não será possível repetir
por dois anos consecutivos um
crescimento de vendas desses
produtos", afirma Saab. Em 2004,
as vendas de eletrodomésticos
cresceram 30%. Boa parte dos eletrodomésticos é vendida a prazo
e, embora haja aumento na oferta
de crédito, "o consumidor já esgotou ou está prestes a esgotar sua
capacidade de endividamento."
Confecção
A indústria de confecção paulista não deve crescer neste ano,
nem espera aumentar o nível de
emprego, segundo informa Marcel Zelazny, presidente do Sindivest (Sindicato da Indústria do
Vestuário de São Paulo), que reúne 5.000 empresas do setor.
"Não teremos resultados positivos porque o inverno foi muito
fraco neste ano. Os lojistas ficaram estocados e, sem dinheiro em
caixa, atrasaram seus pedidos de
verão. Mesmo assim continuamos produzindo, mas não dá
nem para esperar crescimento."
Em 2004, a indústria de confecção paulista faturou R$ 14,4 bilhões. A previsão para este ano é
faturar R$ 14,7 bilhões. "Apesar
do aumento nominal, devemos
empatar no resultado real [descontada a inflação do período].
Ficar no zero a zero não é bom."
O atraso nos pedidos de verão
chegou a 60 dias neste ano. "As
encomendas não aconteceram
em junho e julho, mas em agosto e
setembro", afirma Zelazny.
Levantamento do Ciesp (Centro
das Indústrias do Estado de São
Paulo) com 712 empresas mostra
que as encomendas das lojas para
o final do ano estão menores do
que as de 2004 e que houve atraso
nos pedidos. Para 50% das empresas consultados, as encomendas para o final deste ano foram
feitas com menor antecedência na
comparação com o ano anterior.
(FÁTIMA FERNANDES E CLAUDIA ROLLI)
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