São Paulo, quinta-feira, 17 de novembro de 2005

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INDÚSTRIA

Linha de áudio e vídeo puxa expansão do setor; empresários prevêem superar volume comercializado em 1996

Venda de eletrônicos deve crescer 15% no ano

DA REPORTAGEM LOCAL

A indústria eletroeletrônica não tem do que reclamar. Levantamento que acaba de ser feito pela Eletros, associação que reúne os fabricantes do setor, mostra que as vendas de produtos eletroeletrônicos devem crescer 15% neste ano em relação a 2004, puxadas pela linha de áudio e vídeo.
A expectativa dos empresários é vender 44,8 milhões de unidades -5,8 milhões de unidades a mais do que no ano passado- e superar o volume vendido em 1996 (41,4 milhões de unidades).
As vendas da linha de imagem e som, comandada por televisores e DVDs, devem crescer 34% neste ano; as de linha branca (geladeiras, lavadoras e fogões), 3,5% e, de portáteis (liquidificadores e ferros de passar), 3%.
Paulo Saab, presidente da Eletros, afirma que a linha de imagem e som, que utiliza componentes importados, foi favorecida com a queda do dólar. "Houve redução acentuada de preço em alguns desses produtos, sem contar que o consumidor está sempre atrás de novas tecnologias."
Esse crescimento de 34% é considerado bastante expressivo pelos fabricantes, levando em conta que, em 2004, a linha de imagem e som já havia crescido 42% sobre 2003. "A chegada ao mercado de novas tecnologias e a obsolescência dos produtos, que estimula a troca dos aparelhos, têm influência direta sobre essa linha de produtos, principalmente na medida em que os preços caem," afirma.
O DVD, segundo informa Saab, foi um dos produtos que mais registrou queda de preços. A expectativa dos fabricantes é vender neste ano entre 70% e 90% mais desse produto do que no ano passado, quando foram comercializadas 3,7 milhões de unidades.
Os eletrodomésticos, segundo informa Saab, já vivem situação contrária. Houve forte pressão de custos sobre esses produtos no mercado interno, que resultou em alta de preços. E os portáteis tiveram de enfrentar forte concorrência com o mercado informal.
"Sem uma forte distribuição de renda, não será possível repetir por dois anos consecutivos um crescimento de vendas desses produtos", afirma Saab. Em 2004, as vendas de eletrodomésticos cresceram 30%. Boa parte dos eletrodomésticos é vendida a prazo e, embora haja aumento na oferta de crédito, "o consumidor já esgotou ou está prestes a esgotar sua capacidade de endividamento."

Confecção
A indústria de confecção paulista não deve crescer neste ano, nem espera aumentar o nível de emprego, segundo informa Marcel Zelazny, presidente do Sindivest (Sindicato da Indústria do Vestuário de São Paulo), que reúne 5.000 empresas do setor.
"Não teremos resultados positivos porque o inverno foi muito fraco neste ano. Os lojistas ficaram estocados e, sem dinheiro em caixa, atrasaram seus pedidos de verão. Mesmo assim continuamos produzindo, mas não dá nem para esperar crescimento."
Em 2004, a indústria de confecção paulista faturou R$ 14,4 bilhões. A previsão para este ano é faturar R$ 14,7 bilhões. "Apesar do aumento nominal, devemos empatar no resultado real [descontada a inflação do período]. Ficar no zero a zero não é bom."
O atraso nos pedidos de verão chegou a 60 dias neste ano. "As encomendas não aconteceram em junho e julho, mas em agosto e setembro", afirma Zelazny.
Levantamento do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) com 712 empresas mostra que as encomendas das lojas para o final do ano estão menores do que as de 2004 e que houve atraso nos pedidos. Para 50% das empresas consultados, as encomendas para o final deste ano foram feitas com menor antecedência na comparação com o ano anterior. (FÁTIMA FERNANDES E CLAUDIA ROLLI)

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