São Paulo, segunda-feira, 18 de agosto de 2008

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Empresas evitam imprensa após resultado fraco

DA REPORTAGEM LOCAL
DA REUTERS

Em toda temporada de balanços, a história se repete. As empresas dão publicidade aos bons resultados, mas costumam desaparecer quando o lucro é fraco ou há prejuízo. Nos textos enviados à imprensa, lucro alto vem com destaque, mas prejuízo some em tabelas. Na última temporada, empresas de telecomunicações, setor financeiro e agronegócio evitaram o contato com a imprensa. Pela primeira vez em sete anos, a Vivo não fez entrevista e só atendeu a pedidos individuais de jornalistas, que depois puderam participar como "ouvintes" na teleconferência com analistas. A empresa diz que está testando um novo formato de contato. O banco Santander também não fez sua entrevista com os jornalistas. No caso, os resultados não eram ruins, mas o encontro não aconteceu porque Fábio Barbosa, o novo presidente, não estava à frente da instituição no primeiro semestre, período do balanço. No final de julho, o frigorífico JBS-Friboi apresentou o resultado do primeiro semestre em entrevista, quando anunciou prejuízo de R$ 371,1 milhões. Segundo a empresa, as perdas se deveram a investimentos no exterior, em especial pelas compras de frigoríficos nos EUA e na Austrália. "Em outros momentos, quando adquirimos empresas e tivemos lucros em nossos balanços, sempre fizemos os anúncios aos jornalistas e em contato direto com os analistas. Não há por que mudar agora", disse na ocasião Joesley Mendonça Batista, presidente do JBS-Friboi. Segundo Heloisa Bedicks, diretora do IBGC (Instituto Brasileiro de Governança Corporativa), não há regras para guiar o relacionamento com a mídia. "Mas a mídia é uma das partes do relacionamento com o mercado. A comunicação não deve ser só quando é positiva. A empresa que encara um problema de frente mostra confiança."


Colaborou GITÂNIO FORTES, da Redação


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