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Inflação pelo IGP-10 tem maior elevação desde fevereiro de 2003
CIRILO JUNIOR
DA FOLHA ONLINE, NO RIO
O IGP-10 (Índice Geral de
Preços-10) subiu 1,96% neste
mês, a maior alta desde fevereiro de 2003, quando o índice subira 2,42%, informou ontem a
FGV (Fundação Getulio Vargas). A alta foi espalhada entre
os três setores pesquisados
(preços no atacado, ao consumidor e para a construção civil), com destaque para o feijão,
bovinos e para o custo de mão-de-obra na construção civil.
No ano, o IGP-10 acumula alta de 6,51%, e, nos últimos 12
meses, chega a 12,71%.
Os preços no atacado aumentaram 2,21%, depois de alta de
1,91% no mês passado. O destaque de alta foi o feijão, que subiu 20,95%, depois de queda de
9,89% em maio. No ano, o feijão
acumula queda de 3,74%, mas,
nos últimos 12 meses, tem aumento de 145%. Os ovos subiram 12,33%, após queda de
10,13% no mês passado.
Para o consumidor, cuja inflação teve alta de 0,93% -ante
0,67% em maio- houve influência de produtos "in natura", como a cenoura (23,67%),
batata-inglesa (18,63%) e tomate (11,09%). O arroz subiu
18,27%, enquanto a carne bovina registrou elevação de 5,14%.
Os preços medidos pelo
INCC (Índice Nacional de Custo da Construção) aumentaram
2,66%, após alta de 0,85% em
maio. É a maior elevação desde
junho de 2003, quando o índice
havia subido 3,20%. O custo de
mão-de-obra, com aumento de
3,69%, teve influência decisiva
nesse resultado, devido a reajustes salariais em Fortaleza,
Brasília, Goiânia, Florianópolis
e São Paulo.
Para Salomão Quadros, economista da FGV, a inflação medida pelo IGP (Índice Geral de
Preços) está chegando ao pico,
e deve se desacelerar daqui para a frente, ainda que se mantenha em patamares mais altos
do que no passado recente.
Ele disse que a alta de alguns
produtos, como minério de ferro, arroz e derivados de grãos,
ao longo dos últimos meses, está perdendo força, e a desaceleração desses itens terá impacto
maior do que a alta de outros.
"Tenho a impressão de que
estamos chegando a um momento de pico nos IPCs. Há várias pressões que não devem se
repetir. Não é que não venham
outras. Mas, de modo geral, o
impacto maior será de produtos que vão se desacelerar."
Quadros ressaltou que a inflação está se mostrando mais
resistente e que, diante disso, o
Banco Central terá que continuar elevando a taxa de juros.
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