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Exportação de álcool supera expectativas
Previsão deste ano é revista e aumenta de 4 bilhões para 4,8 bilhões de litros
Maior demanda vem
dos EUA, pois enchentes
impulsionam ainda mais
a cotação do milho e país
deve elevar importações
MAURO ZAFALON
DA REDAÇÃO
As exportações brasileiras de
álcool deste ano superam as expectativas. Após ter colocado
3,48 bilhões de litros no mercado externo na safra passada, as
previsões iniciais indicavam
exportações de 4 bilhões nesta.
A demanda externa está
aquecida e as contas tiveram de
ser refeitas: agora serão 4,8 bilhões de litros, segundo as mais
recentes estimativas de Plinio
Nastari, da Datagro.
A maior demanda vem dos
Estados Unidos. A alta do milho, que acelerou ainda mais
com as enchentes no Meio-Oeste, deve elevar as importações norte-americanas.
Apesar dessa demanda externa maior, que será abastecida
pelo Brasil, "a situação atual é
muito esquisita", diz Nastari.
Ao preço de US$ 140 por barril,
o galão de petróleo custa US$
3,30 e o de gasolina, US$ 3,50
no atacado. O álcool nos EUA
está em US$ 2,70 por galão e,
no Brasil, a apenas US$ 1,66 na
porta das usinas.
"O setor continua sangrando", diz Nastari. O produtor recebe R$ 0,63 por litro para o hidratado, mesmo com demanda
elevada e estoques baixos.
No início de maio de 2009, os
estoques de passagem no Brasil
devem ser de 467 milhões de litros, suficientes para apenas
dez dias de consumo.
Isso ocorre devido a uma falha fundamental no sistema de
comercialização brasileiro. As
negociações ocorrem apenas
no "spot" (à vista) e há falta de
um sistema de hedge (garantia)
no mercado futuro, diz Nastari.
Não há formação de estoques, o
que derruba os preços na safra
e eleva-os no período de entressafra.
O mercado mudou de patamar e consome próximo de 1,8
bilhão de litros de álcool por
mês. Com isso, o mercado futuro da BM&F deveria ser um sucesso, diz ele. Mas a liquidez é
pequena e não há desenvolvimento do mercado.
Safra alcooleira
Nastari divulgou ontem os
novos dados da safra 2008/9. A
moagem de cana poderá atingir
557 milhões de toneladas no
país, 66 milhões a mais do que
em 2007/8. Desse volume, 495
milhões de toneladas serão
moídas no centro-sul.
A safra será também mais alcooleira. A Datagro estima que
59,3% da cana a ser moída no
centro-sul irá para a produção
de álcool, que deve atingir 24,5
bilhões de litros. A produção
nacional será de 26,7 bilhões.
O consumo nacional de álcool combustível, que saiu de 13
bilhões de litros em 2006/7 para 17,6 bilhões na safra 2007/8,
pode subir para 21 bilhões em
2008/9, segundo a Datagro.
A produção nacional de açúcar vai a 32 milhões de toneladas na safra 2008/9, contra
30,6 milhões na anterior. O
consumo nacional vai a 11,3 milhões de toneladas -10,9 milhões na anterior.
O setor sucroalcooleiro teve
forte elevação de custos -mais
20% de fevereiro de 2007 a
abril último. Como ocorre nos
demais setores agropecuários,
os fertilizantes lideraram, com
alta de 124% no período.
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