São Paulo, quarta-feira, 20 de agosto de 2008

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Game pela internet cria nova fonte de receita

Interzone Futebol simula realidade em competição esportiva e passa a vender representação de artigos de marca dentro do jogo

Empresa americana investe R$ 50 milhões para montar filial no Brasil; meta é atingir 2 milhões de jogadores e faturar com a publicidade

JULIO WIZIACK
DA REPORTAGEM LOCAL

O negócio é virtual, mas os planos da empresa americana Interzone -que desenvolve games disputados pela internet- é faturar alto no mundo real. Ontem, a companhia anunciou sua chegada ao Brasil com investimentos iniciais de R$ 50 milhões para a compra de equipamentos e instalação do escritório, que será responsável pela programação dos jogos, incluindo o Interzone Futebol, a ser lançado até novembro.
Segundo Jairo Rozenblit, principal executivo no país, esse será o primeiro jogo massivo (como são chamados os games disputados em rede pela internet) de caráter esportivo. "Essa opção já existe em consoles, mas não na internet."
O jogo é uma simulação tridimensional da realidade e está ambientado na zona sul do Rio de Janeiro. Quem se cadastrar poderá fazer amigos em locais públicos, como bares, quiosques na praia e praças que existem de verdade na capital fluminense. "Queremos aproveitar a disposição do brasileiro para os relacionamentos em comunidades como o Orkut", diz Rozenblit.
É a partir daí que começa o jogo. Cada um forma a sua turma e cria um time para disputar com outros, em local e data marcados. "Patenteamos essa idéia porque poderemos promover a Copa do Mundo virtual quando jogo chegar a todos os continentes", diz Rozenblit. O lançamento começa no Brasil, passa para a América do Sul e termina nos EUA, no quarto trimestre de 2009.
As partidas serão assistidas pelos amigos dos jogadores e quem mais comprar os ingressos (a cobrança ainda está sendo avaliada). As cenas foram criadas de tal forma a reproduzir na tela do computador a sensação de uma partida transmitida pela televisão.
Justamente por simular a realidade, o jogo criou uma nova oportunidade de receita para a Interzone. A maior parte dos itens vendidos será de reproduções do mundo real. Para isso, a empresa já começou os contatos com empresas como Pepsi, Nike, Nestlé, Kraft e Unilever. Produtos como chuteiras, meias, calções, camisetas, isotônicos, refrigerantes, alimentos, entre outros, serão vendidos pelo site do Interzone Futebol por preços que variam de R$ 0,05 a R$ 5. "Um jogador poderia comprar uma chuteira com mais aderência para correr mais rápido, por exemplo" diz Rozenblit.

Publicidade
É justamente essa fórmula que as empresas de games massivos vinham tentando aprimorar. Mas, segundo alguns possíveis anunciantes consultados pela Folha, a barreira era a violência atrelada aos jogos.
A estratégia da Interzone é diferente e foi bem recebida pelas empresas. É por isso que Rozenblit estima que metade do seu faturamento deverá sair da publicidade. O restante sairá da venda de outros artigos não atrelados a marcas, que já garantia o faturamento do setor.
A venda de itens já era um negócio em expansão. Apenas nos últimos dois anos, o faturamento das empresas desse ramo passou de cerca de R$ 50 milhões para R$ 150 milhões, atingindo um universo de 10 milhões de jogadores. É o que afirmam as seis maiores concorrentes que se juntaram recentemente para formar a primeira associação do gênero. Contudo, as receitas com publicidade ainda são praticamente nulas.


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