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Game pela internet cria nova fonte de receita
Interzone Futebol simula realidade em competição esportiva e passa a vender representação de artigos de marca dentro do jogo
Empresa americana investe R$ 50 milhões para montar filial no Brasil; meta é atingir 2 milhões de jogadores
e faturar com a publicidade
JULIO WIZIACK
DA REPORTAGEM LOCAL
O negócio é virtual, mas os
planos da empresa americana
Interzone -que desenvolve games disputados pela internet-
é faturar alto no mundo real.
Ontem, a companhia anunciou
sua chegada ao Brasil com investimentos iniciais de R$ 50
milhões para a compra de equipamentos e instalação do escritório, que será responsável pela
programação dos jogos, incluindo o Interzone Futebol, a
ser lançado até novembro.
Segundo Jairo Rozenblit,
principal executivo no país, esse será o primeiro jogo massivo
(como são chamados os games
disputados em rede pela internet) de caráter esportivo. "Essa
opção já existe em consoles,
mas não na internet."
O jogo é uma simulação tridimensional da realidade e está
ambientado na zona sul do Rio
de Janeiro. Quem se cadastrar
poderá fazer amigos em locais
públicos, como bares, quiosques na praia e praças que existem de verdade na capital fluminense. "Queremos aproveitar a disposição do brasileiro
para os relacionamentos em
comunidades como o Orkut",
diz Rozenblit.
É a partir daí que começa o
jogo. Cada um forma a sua turma e cria um time para disputar
com outros, em local e data
marcados. "Patenteamos essa
idéia porque poderemos promover a Copa do Mundo virtual quando jogo chegar a todos
os continentes", diz Rozenblit.
O lançamento começa no Brasil, passa para a América do Sul
e termina nos EUA, no quarto
trimestre de 2009.
As partidas serão assistidas
pelos amigos dos jogadores e
quem mais comprar os ingressos (a cobrança ainda está sendo avaliada). As cenas foram
criadas de tal forma a reproduzir na tela do computador a
sensação de uma partida transmitida pela televisão.
Justamente por simular a
realidade, o jogo criou uma nova oportunidade de receita para a Interzone. A maior parte
dos itens vendidos será de reproduções do mundo real. Para
isso, a empresa já começou os
contatos com empresas como
Pepsi, Nike, Nestlé, Kraft e
Unilever. Produtos como chuteiras, meias, calções, camisetas, isotônicos, refrigerantes,
alimentos, entre outros, serão
vendidos pelo site do Interzone
Futebol por preços que variam
de R$ 0,05 a R$ 5. "Um jogador
poderia comprar uma chuteira
com mais aderência para correr
mais rápido, por exemplo" diz
Rozenblit.
Publicidade
É justamente essa fórmula
que as empresas de games massivos vinham tentando aprimorar. Mas, segundo alguns possíveis anunciantes consultados
pela Folha, a barreira era a violência atrelada aos jogos.
A estratégia da Interzone é
diferente e foi bem recebida
pelas empresas. É por isso que
Rozenblit estima que metade
do seu faturamento deverá sair
da publicidade. O restante sairá
da venda de outros artigos não
atrelados a marcas, que já garantia o faturamento do setor.
A venda de itens já era um
negócio em expansão. Apenas
nos últimos dois anos, o faturamento das empresas desse ramo passou de cerca de R$ 50
milhões para R$ 150 milhões,
atingindo um universo de 10
milhões de jogadores. É o que
afirmam as seis maiores concorrentes que se juntaram recentemente para formar a primeira associação do gênero.
Contudo, as receitas com publicidade ainda são praticamente nulas.
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