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Bird faz alerta sobre controle de preços na AL
Órgão diz que é muito difícil subsídio ser eficiente
DA REUTERS
DA REDAÇÃO
Os países latino-americanos
deveriam pensar duas vezes sobre a imposição de controle de
preços de produtos alimentícios como forma de combate à
crescente inflação dos preços
dos alimentos, pois essa política pode ter o efeito contrário
mais adiante, afirmou o Bird.
O México se tornou o mais
recente país latino-americano
a adotar o subsídio de alimentos como meio de suavizar a situação da população, ao anunciar nesta semana que vai congelar os preços de cerca de 150
produtos alimentícios.
O congelamento mexicano
valerá até 31 de dezembro e inclui produtos como sucos, feijão, sardinha enlatada e frutas
em conserva. Outros itens, como azeite de cozinha e farinha
de trigo, continuarão com os
seus preços estáveis pelo menos até o final do mês que vem.
Brasil, Venezuela, México e
outros países subsidiam os preços de combustíveis. Outras nações da região adotaram ou estão estudando mecanismos para proteger os pobres, entre os
quais muitos que não têm mais
condições de alimentar as suas
famílias por causa dos elevados
preços mundiais de energia e
dos alimentos.
"Não somos contrários aos
subsídios, mas eles precisam
ter foco e ser efetivos, eficientes e acessíveis", disse a vice-presidente do Banco Mundial
para a América Latina e Caribe,
Pamela Cox. "Em qualquer
economia é muito difícil fazer
isso com controles generalizados de preços", afirmou, durante visita ao Canadá.
Cox disse que a inflação dos
preços dos alimentos é uma
"grande questão" em praticamente todos os países da região
e que alguns terão dificuldades
com isso.
No geral, o Banco Mundial
prevê crescimento econômico
de aproximadamente 4,5% para este ano na América Latina.
Mas essa expansão pode ser
ameaçada no longo prazo se os
governos adotarem agora políticas antiinflacionárias erradas,
advertiu a dirigente do Bird.
Alguns tipos de subsídios poderiam se tornar muito custosos para os governos e difíceis
de serem retirados, mesmo
quando a ameaça da inflação se
dissipar, e também poderiam
absorver recursos de investimentos necessários, como em
infra-estrutura, afirmou Cox.
"Se os países estão fazendo
agora um balanceamento entre
subsídios de curto prazo ao
consumo versus o investimento de longo prazo de que precisam, nós ficaremos preocupados com a possibilidade de, no
caso de os subsídios permanecerem e absorverem grande fatia do orçamento, terem um
impacto de longo prazo sobre o
crescimento da região." Ela defendeu mais confiança em programas de governo que transferem renda para os segmentos
mais pobres da população, em
vez de subsídios de preços.
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