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Indústria mineral bate recorde de investimentos
Projeção de instituto de mineração indica aplicação de US$ 48,2 bi até 2012
Setor revê estimativa em 50% na comparação com previsão anterior; minério de ferro lidera investimento com destaque para a Vale
AGNALDO BRITO
DA REPORTAGEM LOCAL
O investimento da indústria
mineral brasileira vai alcançar
marco histórico nos próximos
cinco anos. O Ibram (Instituto
Brasileiro de Mineração) revisou pela quarta vez no período
de um ano e meio o balanço de
investimento em expansão da
produção mineral no país. A
nova projeção indica aportes de
US$ 48,2 bilhões até 2012.
Além de nova revisão, o
acompanhamento indica também o maior salto em termos
de investimento em relação a
previsão anteriores, com incremento de 50% sobre a estimativa passada.
Até agora, o Ibram trabalhava com a perspectiva de US$ 32
bilhões no horizonte de meia
década. O primeiro levantamento para mensurar a alocação de capital no setor foi feito
em janeiro de 2007, quando o
balanço indicava aporte de US$
25 bilhões. Em seguida, o número foi elevado a US$ 28 bilhões, em meados de 2007.
Segundo Antônio Lannes, gerente de pesquisa e desenvolvimento do Ibram, a alta do preço
dos minerais e a grave dependência brasileira de importação de matérias-primas para a
produção de fertilizantes viabilizaram o fortalecimento de um
novo ciclo de investimentos.
"Há projetos de minério de
ferro, níquel, cobre e fosfato
por todo o país. Esse já é o período de maior investimento na
história do setor mineral", afirma Lannes. O fosfato, uma das
matérias-primas para produzir
fertilizantes, ganhou importância ante a dependência de
importações do setor agrícola
brasileiro.
O principal mineral no rol da
prioridades de investimento é o
minério de ferro. Dos US$ 48
bilhões, US$ 27 bilhões permitirão ao Brasil praticamente
duplicar a produção anual em
cinco anos. Estimativas do
Ibram indicam que a produção
passará dos atuais 350 milhões
de toneladas por ano para quase 700 milhões de toneladas.
"Praticamente duplicará a
produção de minério de ferro",
afirma Lannes. A Companhia
Vale do Rio Doce é a principal
investidora, com a expansão da
Estrada de Ferro Carajás e o
desenvolvimento da chamada
Serra Sul, na mina de Carajás,
no sudeste do Pará -onde está
a maior mina de ferro a céu
aberto do mundo. Mas, além da
Vale, projetos da Anglo American, da CSN, da Usiminas e da
MMX engordam as cifras para
expansão da produção de minério de ferro.
Recursos maciços
O Ibram explica que outros
tipos de minério também devem receber recursos maciços.
É o caso do níquel. A produção brasileira deverá sair das
atuais 82 mil toneladas para
286 mil toneladas por ano até
2011, última projeção. O níquel
é um minério usado pela indústria siderúrgica para a produção do aço inoxidável.
O investimento em crescimento da produção tomará
US$ 6,2 bilhões em cinco anos,
aponta o Ibram.
O cobre também é alvo de
grande interesse das companhias. O aporte em projetos para esse mineral chegará a US$
1,7 bilhão em meia década, o suficiente para elevar de 148 mil
toneladas para 376 mil toneladas a produção brasileira. Os
investimentos em bauxita e
alumina (o minério básico e a
primeira transformação antes
do alumínio) chegam a US$
5,742 bilhões.
Segundo levantamento do
Ibram, o único produto que não
está eleito para novos investimentos é o alumínio.
O aumento da produção será
modesto, de 1,60 milhão de toneladas para 1,76 milhão de toneladas até 2012.
"Os projetos em expansão da
produção de alumínio são mais
modestos. O problema está nas
incertezas que existem no Brasil quanto à garantia de oferta
de energia", diz Lannes. A produção de alumínio exige grandes quantidades de energia, insumo que atualmente é o centro da preocupação do setor industrial, sobretudo das unidades eletrointensivas.
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