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Copom deve elevar juros novamente nesta semana
Expectativa predominante é que taxa suba 0,5 ponto
DA REPORTAGEM LOCAL
A reunião do Copom (Comitê
de Política Monetária), que
ocorrerá entre amanhã e quarta, é o evento mais esperado por
analistas e investidores brasileiros nesta semana.
Apesar de a expectativa predominante ser a de elevação de
0,50 ponto percentual na taxa
básica Selic, que está em
12,25% anuais, o mercado
aguarda com interesse qualquer sinalização do Copom em
relação ao futuro dos juros.
Segundo a última pesquisa
realizada pelo Banco Central
com cem instituições financeiras, a expectativa é que a Selic
-que serve de parâmetro para
outras taxas praticadas no mercado- alcance os 14,25% no
fim de 2008.
Na agenda norte-americana,
a quarta-feira também será relevante por conter a divulgação
do livro bege -compilação de
dados econômicos realizada
pelo banco central do país. A
evolução da economia americana, ameaçada por pressões inflacionárias e crescimento fraco, está no centro das preocupações do mercado.
"Por conta da desaceleração
da inflação na margem e do
comportamento recente das
commodities, alteramos nossa
expectativa quanto ao Copom.
Acreditamos que o BC irá manter em 0,50 ponto o aumento
da Selic, e não mais 0,75 ponto,
como prevíamos anteriormente", afirma Pedro Paulo Silveira, economista-chefe da Gradual Corretora.
Para a Bolsa de Valores de
São Paulo, se a alta da Selic for
mesmo de 0,50 ponto, não deve
haver muita agitação. Mas uma
eventual elevação mais forte da
taxa tende a afetar o humor do
mercado acionário. Juros elevados acabam por espantar o
investidor da Bolsa, por ficar
mais tentado a buscar aplicações que rendem juros.
A quarta-feira terá ainda um
outro evento relevante, que é a
apresentação dos estoques de
petróleo norte-americanos. O
petróleo está no centro das
atenções do mercado, devido a
seu potencial efeito inflacionário. O barril do produto, que recentemente bateu em US$ 145,
encerrou na sexta-feira passada negociado a US$ 128,88 em
Nova York.
"O grande destaque na semana ficará por conta da decisão
do Copom na quarta-feira. Esperamos que o Banco Central
mantenha o ritmo de alta na taxa Selic em 0,50 ponto, elevando a taxa para 12,75%, mas
mantendo a sinalização de que
o ciclo de aperto monetário pode ser mais longo, em razão da
piora no cenário prospectivo
para a inflação", afirma o economista Elson Teles, da corretora Concórdia.
"Por outro lado, não se pode
descartar a opção de aceleração
do ritmo de alta para 0,75 ponto, caso o Copom se sinta muito
incomodado com a piora recente das expectativas de inflação e
julgue necessário implementar, desde já, um reforço na credibilidade", completa.
Mais dados
Nos Estados Unidos, outros
dados econômicos serão apresentados na semana. Hoje, vão
ser conhecidos os indicadores
antecedentes, que sugerem a
direção da economia nos meses
seguintes.
Já amanhã sai o índice do setor manufatureiro do Fed de
Richmond.
Na quarta-feira, será conhecido o levantamento mais recente da MBA (associação das
instituições de crédito imobiliário dos Estados Unidos) sobre as solicitações de empréstimos hipotecários.
No dia seguinte, é a vez de o
resultado das vendas de imóveis usados nos Estados Unidos
ser apresentado. Além desses
indicadores, o mercado vai se
deparar com as encomendas de
bens duráveis e o índice de confiança do consumidor.
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