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Exportadoras pagam mais aos funcionários
DA REPORTAGEM LOCAL
O trabalhador de uma empresa
exportadora tem remuneração
maior, recebe melhor treinamento e é mais produtivo do que o
empregado de uma firma que não
vende produtos para o exterior.
Essas são algumas conclusões
de estudos dos economistas João
Alberto De Negri, do Ipea, e Jorge
Saba Arbache, da Universidade
de Brasília.
Os dados, atualizados recentemente por Negri para o período
de 1996 a 2000, revelam que uma
empresa exportadora emprega
em média 390,6 funcionários. Em
firmas que não exportam, o número cai para 67,4.
Além disso, o salário médio
anual do setor exportador industrial é R$ 8.685, ante R$ 5.018 nos
segmentos industriais que não exportam.
"O trabalhador de uma empresa
exportadora ganha mais porque é
2,4 vezes mais produtivo que o
empregado de uma firma não-exportadora. Além disso, as empresas exportadoras brasileiras têm
perfil tecnológico mais avançado.
Isso exige mão-de-obra qualificada e, portanto, mais bem remunerada", afirma Negri.
Ao contrário do que previa a
teoria tradicional de comércio exterior, o Brasil tem se especializado na venda de produtos com alguma sofisticação tecnológica.
Isso leva as empresas exportadoras a investir mais que as outras
na formação de sua mão-de-obra.
Segundo Negri, um sinal disso é o
fato de que, em média, o tempo de
permanência no emprego de um
trabalhador nas empresas que
atuam no mercado externo é de
57,5 meses. Já nas empresas que
não exportam, esse tempo cai para 36,5 meses.
"Isso ocorre porque as empresas exportadoras investem mais
em seus empregados e, por isso,
geralmente tentam segurá-los o
máximo que podem", diz Negri.
Segundo o especialista, tudo isso mostra que, no Brasil, os melhores postos de trabalho, hoje,
estão nas empresas que vendem
mercadorias para o exterior.
"Isso é evidente. O trabalhador
das firmas exportadoras tem melhor remuneração e maior estabilidade no emprego", afirma o diretor do Ipea, em Brasília.
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