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São Paulo, domingo, 21 de dezembro de 2003

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Exportadoras pagam mais aos funcionários

DA REPORTAGEM LOCAL

O trabalhador de uma empresa exportadora tem remuneração maior, recebe melhor treinamento e é mais produtivo do que o empregado de uma firma que não vende produtos para o exterior.
Essas são algumas conclusões de estudos dos economistas João Alberto De Negri, do Ipea, e Jorge Saba Arbache, da Universidade de Brasília.
Os dados, atualizados recentemente por Negri para o período de 1996 a 2000, revelam que uma empresa exportadora emprega em média 390,6 funcionários. Em firmas que não exportam, o número cai para 67,4.
Além disso, o salário médio anual do setor exportador industrial é R$ 8.685, ante R$ 5.018 nos segmentos industriais que não exportam.
"O trabalhador de uma empresa exportadora ganha mais porque é 2,4 vezes mais produtivo que o empregado de uma firma não-exportadora. Além disso, as empresas exportadoras brasileiras têm perfil tecnológico mais avançado. Isso exige mão-de-obra qualificada e, portanto, mais bem remunerada", afirma Negri.
Ao contrário do que previa a teoria tradicional de comércio exterior, o Brasil tem se especializado na venda de produtos com alguma sofisticação tecnológica.
Isso leva as empresas exportadoras a investir mais que as outras na formação de sua mão-de-obra. Segundo Negri, um sinal disso é o fato de que, em média, o tempo de permanência no emprego de um trabalhador nas empresas que atuam no mercado externo é de 57,5 meses. Já nas empresas que não exportam, esse tempo cai para 36,5 meses.
"Isso ocorre porque as empresas exportadoras investem mais em seus empregados e, por isso, geralmente tentam segurá-los o máximo que podem", diz Negri.
Segundo o especialista, tudo isso mostra que, no Brasil, os melhores postos de trabalho, hoje, estão nas empresas que vendem mercadorias para o exterior.
"Isso é evidente. O trabalhador das firmas exportadoras tem melhor remuneração e maior estabilidade no emprego", afirma o diretor do Ipea, em Brasília.



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