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LINHA DIRETA
Créditos do pré-pago são utilizados em mensagens curtas, para não estourar o orçamento
Celular só é usado para receber chamadas
DA SUCURSAL DO RIO
A telefonista Patrícia de Oliveira Vieira, 33, deixa as três filhas -Bárbara, 11, Beatriz, 10, e
Bruna, 8- sozinhas em casa durante pelo menos nove horas por
dia, em Vista Alegre, na zona
norte do Rio, enquanto trabalha
no centro da cidade.
Seu único meio de comunicação com as filhas, enquanto está
fora, é o celular pré-pago, presente da avó das meninas no último Natal. O aparelho só é usado para chamadas a cobrar e para receber ligações. Até hoje, só
usou os créditos iniciais oferecidos pela operadora, na promoção do final do ano.
Os celulares pré-pagos, zombeteiramente chamados de
""pais-de-santo" no Rio de Janeiro, por só receberem chamadas,
são cada vez mais vistos nas cinturas de operários, ambulantes,
donas-de-casas e adolescentes.
Famílias em dificuldade financeira estão substituindo o telefone fixo convencional pelo celular
pré-pago, como solução de
emergência. Os créditos do cartão são consumidos apenas em
mensagens curtas, telegráficas,
para não estourar o orçamento
no final do mês.
Tem sido assim com a coordenadora de ensino Maria das Graças Gonçalves Santos, 53, nove
filhos, de Jeremoabo, no sertão
baiano, a 400 km de Salvador.
Ele pediu o cancelamento da
linha fixa por não poder mais arcar com a conta mensal de R$
120,00, turbinada pelas ligações
de seus filhos para os telefones
celulares dos amigos. Para o celular pré-pago, adquirido no início do mês, ela se impôs o teto de
gastos de R$ 15,00 por mês.
O presidente da TIM Brasil,
Mario Cesar Araujo, diz que os
pré-pagos se popularizaram não
apenas entre os consumidores
de baixa renda, mas também entre as famílias de classe média,
que cancelaram parte das linhas
fixas para dar um aparelho celular para cada filho. Eles também
usam o celular majoritariamente
para receber ligações e para chamadas a cobrar.
Em muitos casos, o assinante
migrou para o celular pré-pago
por não conseguir manter o telefone fixo, mesmo quando ele era
fundamental à sobrevivência
econômica da família.
(EL)
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