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BID deve anunciar até US$ 300 mi para álcool
SÉRGIO DÁVILA
DE WASHINGTON
O presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), o colombiano
Luis Alberto Moreno, deve
anunciar hoje nova verba da
entidade para investimento em
projetos brasileiros de álcool. A
cifra não foi adiantada, pois o
seu conselho se reúne pela manhã para aprovar o valor, mas
as expectativas do mercado
eram de entre US$ 200 milhões
e US$ 300 milhões.
De qualquer maneira, a fatia
a ser bancada por dinheiro do
BID nos empréstimos será a
maior já destinada por uma entidade multilateral à área de
biocombustível no mundo.
Marca ainda uma ofensiva do
banco para separar os projetos
que considera sustentáveis, como avalia que é o caso do programa bioenergético brasileiro,
dos outros e, assim, sinalizar de
que lado está no atual debate
sobre a crise alimentar.
Nos últimos meses, o boom
dos biocombustíveis vem sendo freqüentemente apontado
como um dos bodes expiatórios
pela alta dos alimentos por entidades multilaterais como a
ONU. O problema, segundo os
críticos, é desviar áreas destinadas a plantio de alimentos
para a produção de álcool. Não
é o caso do Brasil, defende o governo, que utiliza com o programa apenas 2% dessa terra.
Ao aprovar seus empréstimos -que o diário econômico
"Financial Times" diz ser de
US$ 260 milhões, com prazo de
15 anos e destinados a três novas usinas sendo construídas
pela empresa brasileira Santelisa Vale e bancadas em parte
por fundos privados norte-americanos-, o BID afirma
que adotará critérios de análise
de sustentabilidade e que só liberará verba para as que não
agredirem o ambiente.
Em entrevista em abril do
ano passado, Moreno disse que
o banco avaliava a possibilidade
de participar de três projetos de
álcool no Brasil, a um custo total de US$ 570 milhões, e estudava outros cinco projetos ou
transações do setor no país que,
juntos, chegavam a US$ 2 bilhões. Na tarde de hoje, o presidente do BID embarca para o
Brasil, onde se reúne com nove
governadores de Estados do
Nordeste em Teresina (Piauí).
Caribe
O anúncio acontece no mesmo dia em que o BID e a Organização dos Estados Americanos (OEA) reúnem produtores,
membros do governo e investidores de biocombustíveis para
uma série de conferências nas
Bahamas. A América Central é
vista pelas duas entidades e pelos dois maiores produtores de
álcool do mundo, Brasil e EUA,
como o palco ideal para novas
parcerias e idéias no setor.
Os representantes locais do
Brasil e dos Estados Unidos
aproveitam o encontro para
anunciar nova etapa do memorando de colaboração bioenergética entre os dois países.
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