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BC holandês dá aval para venda do Real
Autoridade monetária afirma que não se opõe à cisão do grupo ABN Amro entre os bancos Santander, Fortis e RBS
Negócio ainda segue em análise no BC brasileiro; futuro da marca não foi definido, mas produtos "verdes" serão mantidos
TONI SCIARRETTA
DA REPORTAGEM LOCAL
O Banco Central holandês liberou ontem a cisão mundial
do ABN Amro entre Santander,
Fortis e RBS -os membros do
consórcio que arrematou o grupo holandês por cerca de 91
bilhões no ano passado. Aguardada desde o início de julho, a
não-objeção ao negócio abre
caminho no Brasil para o Santander iniciar a integração com
o Banco Real.
Fábio Barbosa, atual presidente do Real, deve assumir o
comando do Santander no Brasil ainda neste mês, conforme
adiantou a Folha. A expectativa é que a posse aconteça na
sexta, dia 25, quando também
será anunciado o novo organograma do grupo no país.
José Paiva, interino na presidência do Santander, deverá
ser o número 2 do banco. Até a
saída do colombiano Gabriel
Jaramillo, em fevereiro, Paiva
era vice-presidente de Negócios e Marketing.
"O Banco Central Holandês
emitiu a DNO (Declaração de
Não-Objeção), que permite o
desmembramento do Banco
Real das operações do ABN,
com matriz na Holanda. Com
isso, o Santander fica autorizado a incorporar o Banco Real
no Brasil, o que deverá ocorrer
nos próximos dias. A princípio,
as duas instituições continuam
a operar separadamente e nada
muda para seus funcionários e
clientes", afirmou o Santander.
No Brasil, o BC ainda analisa
o negócio, que foi aprovado pelo Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) em
dezembro passado. A integração completa entre os dois
bancos deve demorar três anos
e prevê ganhos de 700 milhões em sinergia até 2010.
O banco afirma que não pretende abrir um programa de incentivo a demissões, como
aconteceu na incorporação do
Banespa, nem que terá cortes
significativos de postos.
O Santander ainda não definiu o futuro da marca Real. O
banco realiza pesquisas junto a
clientes e ao público para avaliar a força do nome. Inicialmente, o banco descartava
manter a marca, mas a idéia ganha adeptos importantes, e a
marca Real poderá ser mantida
ou associada à do Santander.
Além de ser o nome da moeda
brasileira, pode ser associado à
monarquia espanhola.
Quanto à continuidade dos
produtos socioambientais do
Real, outra dúvida no mercado,
Fábio Barbosa não só convenceu os espanhóis a manterem
esses negócios como teve o aval
para ampliá-los. O Real foi um
dos primeiros bancos a associar sua imagem com a bandeira do desenvolvimento sustentável e a negociar créditos de
carbono, financiar a adoção de
fontes alternativas de energia e
a conversão de automóveis para gás natural, entre outros.
José Berenger, que comandava a Tesouraria do Real, já
responde pela vice-presidência
de Atacado do Santander. Em
abril, Alexandre Schwartsman,
ex-diretor do BC, também mudou do Real para o Santander,
onde é o economista-chefe.
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