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Queda do petróleo afeta Petrobras, e Bolsa cai 1,85%
Copom deve elevar juro hoje; maioria espera alta de 0,5 ponto
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
A Bovespa não conseguiu se
beneficiar do dia positivo que o
mercado acionário viveu nos
Estados Unidos. A influência
nociva da queda das commodities sobre as ações brasileiras
mais negociadas puniu a Bolsa
de Valores de São Paulo, que sofreu baixa de 1,85% e voltou a ficar abaixo dos 60 mil pontos
-fechou a 59.647 pontos.
O recuo de 2,36% registrado
pelo barril de petróleo em Nova
York, que levou o produto a
US$ 127,95, representou um fato positivo para o mercado norte-americano. Elevações do petróleo resultam em maior risco
de pressão inflacionária e retração econômica. Em Londres, a queda foi de 2,31%.
O efeito é inverso no Brasil,
devido ao grande peso das
ações da Petrobras na composição do índice Ibovespa, que representam quase 17% do total.
O Ibovespa agrupa as 66 ações
brasileiras de maior liquidez.
Nos pregões de baixa do petróleo, as ações da Petrobras
costumam responder com queda: ontem as preferenciais da
empresa caíram 3,43%, e as ordinárias perderam 3,21%.
A baixa das ações da Vale, influenciadas pelo recuo das
commodities, também prejudicou a Bovespa. A ação Vale PNA
recuou 3,62%; a ON caiu 3,75%.
Wall Street viveu um dia de
recuperação. A Bolsa eletrônica
Nasdaq, dos papéis de empresas tecnológicas, subiu 1,07% e
saiu do vermelho no acumulado do mês (está com alta de
0,48% em julho). O índice Dow
Jones se valorizou em 1,18%.
O começo dos pregões nos
EUA foi negativo, com balanços
trimestrais sendo mal recebidos. O índice Dow Jones chegou a recuar 0,70%. Mas a desvalorização do petróleo favoreceu a recuperação do mercado.
Além das Bolsas, o dólar teve
um dia de recuperação. A moeda dos EUA se fortaleceu após
declarações de Charles Plosser,
que preside o Fed (banco central americano) regional da Filadélfia. Plosser sinalizou que
uma elevação dos juros no país
vai ser necessária em breve.
No Brasil, o dólar perdeu ímpeto no fim das operações e teve apenas leve alta de 0,06%,
para encerrar vendido a R$
1,579. Na máxima, o dólar bateu
em R$ 1,587 (alta de 0,57%).
O aumento da chamada "posição vendida" em dólar dos investidores estrangeiros na
BM&F (Bolsa de Mercadorias
& Futuros) ajuda a explicar
que, mesmo em um dia de fortalecimento da divisa americana no exterior, o efeito no mercado local tenha sido reduzido.
Quando as "posições vendidas" em dólar na BM&F sobem,
indicam que os investidores estão mais confiantes na depreciação da moeda estrangeira.
Anteontem, essas posições
eram de US$ 6,18 bilhões. Um
mês atrás, estavam em US$
4,97 bilhões. Ou seja, os estrangeiros têm apostado cada vez
mais na baixa do dólar.
Hoje, após o fechamento do
mercado, o Copom irá anunciar
como fica a taxa básica Selic,
que está em 12,25%. Apesar de
a maioria do mercado estar posicionada à espera de uma elevação de 0,50 ponto percentual
na taxa básica Selic, há economistas que defendem um ajuste mais forte nos juros brasileiros, de 0,75 ponto.
Joel Bogdanski, do banco
Itaú, que prevê que a Selic será
aumentada em 0,50 ponto percentual, afirma que "na última
reunião do Copom havia motivos para aumentar o ritmo e isso não ocorreu". "O Copom optou por fazer o ajuste [na taxa
Selic] de forma gradual e não se
sabe até quando isso vai prosseguir. Pode ser necessário que as
elevações se estendam por
2009... Não dá para afirmar hoje qual o tamanho do ajuste necessário", avalia Bogdanski.
Colaborou DENYSE GODOY,
da Reportagem Local
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