São Paulo, quarta-feira, 23 de julho de 2008

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Ajuda a gigantes de hipoteca pode custar US$ 25 bilhões

Chance maior é que socorro não seja usado, diz órgão

DA REDAÇÃO

O plano de ajuda do governo dos Estados Unidos às duas gigantes do setor hipotecário, Fannie Mae e Freddie Mac, pode custar US$ 25 bilhões ao contribuinte americano, segundo cálculos do Escritório de Orçamento do Congresso.
De acordo com o órgão (não-partidário e que fornece análises econômicas ao Congresso), é de mais de 50% a chance de o pacote anunciado na semana passada pelo governo George W. Bush não ser colocado em prática. No entanto, afirma que há uma possibilidade de 5% de o plano custar US$ 100 bilhões ao governo. O montante de US$ 25 bilhões é resultado da combinação dessas hipóteses com outros fatores.
O relatório é divulgado no momento em que a Câmara dos Representantes deve começar a debater e votar o pacote proposto pelo secretário do Tesouro, Henry Paulson. Pelo plano do governo, o Tesouro poderá oferecer a Freddie Mac e Fannie Mae uma linha de crédito ilimitada por 18 meses e terá poderes para comprar ações das empresas se necessário.
Paulson afirmou ontem que a ajuda às duas companhias é "crítica" para estabilidade dos mercados financeiros. "O prosseguimento da atividade delas é fundamental para a velocidade com que sairemos dessa correção imobiliária e para removermos essa incerteza latente nos mercados financeiros e nas instituições financeiras."
O secretário disse ainda que a estabilidade dos mercados financeiros e dos bancos é a sua principal prioridade.
A Fannie Mae e a Freddie Mac têm sido, nas últimas décadas, a espinha dorsal do sistema imobiliário americano, aproveitando do apoio governamental, ainda que implícito, para levantar dinheiro barato, garantido milhões de hipotecas -aproximadamente 43% do mercado, ou US$ 5 trilhões.
Os problemas no mercado imobiliário dos EUA e com os títulos relacionados a ele têm sido apontados pelos grandes bancos americanos como o principal motivo para a queda em seus lucros ou para os prejuízos no segundo trimestre.
Ontem foi a vez de o Wachovia anunciar que perdeu US$ 8,86 bilhões de abril a junho, resultado pior que o esperado por analistas. O banco, o quarto maior dos Estados Unidos, também anunciou a redução no pagamento de dividendos por ação e a demissão de aproximadamente 6.300 funcionários.
Já o Washington Mutual teve um prejuízo de US$ 3,33 bilhões no segundo trimestre, ante um lucro de US$ 830 milhões no mesmo período de 2007.


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