|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Ajuda a gigantes de hipoteca pode custar US$ 25 bilhões
Chance maior é que socorro não seja usado, diz órgão
DA REDAÇÃO
O plano de ajuda do governo
dos Estados Unidos às duas gigantes do setor hipotecário,
Fannie Mae e Freddie Mac, pode custar US$ 25 bilhões ao
contribuinte americano, segundo cálculos do Escritório de
Orçamento do Congresso.
De acordo com o órgão (não-partidário e que fornece análises econômicas ao Congresso),
é de mais de 50% a chance de o
pacote anunciado na semana
passada pelo governo George
W. Bush não ser colocado em
prática. No entanto, afirma que
há uma possibilidade de 5% de
o plano custar US$ 100 bilhões
ao governo. O montante de US$
25 bilhões é resultado da combinação dessas hipóteses com
outros fatores.
O relatório é divulgado no
momento em que a Câmara dos
Representantes deve começar
a debater e votar o pacote proposto pelo secretário do Tesouro, Henry Paulson. Pelo plano
do governo, o Tesouro poderá
oferecer a Freddie Mac e Fannie Mae uma linha de crédito
ilimitada por 18 meses e terá
poderes para comprar ações
das empresas se necessário.
Paulson afirmou ontem que a
ajuda às duas companhias é
"crítica" para estabilidade dos
mercados financeiros. "O prosseguimento da atividade delas é
fundamental para a velocidade
com que sairemos dessa correção imobiliária e para removermos essa incerteza latente nos
mercados financeiros e nas instituições financeiras."
O secretário disse ainda que a
estabilidade dos mercados financeiros e dos bancos é a sua
principal prioridade.
A Fannie Mae e a Freddie
Mac têm sido, nas últimas décadas, a espinha dorsal do sistema imobiliário americano,
aproveitando do apoio governamental, ainda que implícito,
para levantar dinheiro barato,
garantido milhões de hipotecas
-aproximadamente 43% do
mercado, ou US$ 5 trilhões.
Os problemas no mercado
imobiliário dos EUA e com os
títulos relacionados a ele têm
sido apontados pelos grandes
bancos americanos como o
principal motivo para a queda
em seus lucros ou para os prejuízos no segundo trimestre.
Ontem foi a vez de o Wachovia anunciar que perdeu US$
8,86 bilhões de abril a junho,
resultado pior que o esperado
por analistas. O banco, o quarto
maior dos Estados Unidos,
também anunciou a redução no
pagamento de dividendos por
ação e a demissão de aproximadamente 6.300 funcionários.
Já o Washington Mutual teve
um prejuízo de US$ 3,33 bilhões no segundo trimestre, ante um lucro de US$ 830 milhões
no mesmo período de 2007.
Texto Anterior: Vaivém das commodities Próximo Texto: Na TV: Bush diz que Wall Street estava bêbada e sofre de ressaca Índice
|