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Mercado cai após ensaiar recuperação
Bolsa termina pregão com queda de 1,06%, depois de registrar valorização de 2,93%; dólar fecha a R$ 2,292, alta de 0,13%
Discurso do presidente do
Fed fica aquém do esperado,
e investidor volta a vender
ativos de emergentes, como
ações e moeda brasileiras
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Parecia que o dia seria de recuperação no mercado financeiro, após a segunda-feira
marcada por fortes perdas em
todo o mundo. A Bovespa chegou a subir 2,93%. O dólar marcou baixa de 1,66%, vendido a
R$ 2,251, no melhor momento
do dia. Mas, no fim da tarde, o
pessimismo e a cautela voltaram a abalar os negócios. O resultado foi a queda de 1,06% registrada pela Bolsa, e a alta de
0,13% do dólar diante do real.
A falta de novidades no discurso do presidente do Fed (o
banco central dos EUA), Ben
Bernanke, feito ontem no Congresso, foi a justificativa para a
retomada da venda de ativos de
emergentes. Investidores esperavam que Bernanke desse algum sinal mais claro sobre o futuro da política monetária.
O dólar encerrou as operações vendido a R$ 2,292, maior
valor em quatro meses.
O mercado acionário americano também sofreu: a Bolsa de
Nova York caiu 0,24%, e a Nasdaq, 0,65%. Na Europa, o mercado fechou antes da virada. A
Bolsa de Londres subiu 2,64%.
O temor de que os juros seguirão em alta nos Estados
Unidos é o principal motivador
da atual turbulência.
"O movimento de hoje [ontem] sugere falta de confiança.
Na ausência de notícias relevantes, o mercado voltou a
cair", afirma Luís Fernando
Lopes, economista-chefe do
Pátria Banco de Negócios.
O risco-país fechou praticamente estável, a 276 pontos.
O departamento de estudos
econômicos do Bradesco divulgou na manhã de ontem relatório em que dizia que o evento
mais importante do dia seria o
discurso do Bernanke. "Caso
ele dê alguma sinalização sobre
a política monetária americana, os mercados terão espaço
para uma recuperação."
Bernanke assumiu o cargo
ocupado por Alan Greenspan
no ano passado e sofre críticas
de que não se comunica bem
com o mercado.
Com a saída expressiva de estrangeiros do mercado brasileiro, a Bolsa se distancia cada vez
mais de seu recorde histórico
do dia 9 (41.979 pontos). Desde
lá, a Bolsa caiu 13,98%. Os estrangeiros respondem por cerca de 40% dos negócios da Bovespa. Lopes diz que investidores locais compraram ações ontem esperando a volta dos estrangeiros, em vão.
A venda de ações fez com que
o balanço mensal das operações realizadas com capital externo saísse de um saldo positivo de R$ 1,03 bilhão no dia 10
para um negativo de R$ 907,78
milhões no dia 19. E esses números pioraram ainda mais
nesta semana, fazendo de maio
o pior mês em um ano.
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