São Paulo, quinta-feira, 24 de julho de 2008

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"Inflação da feijoada" supera 24% em 12 meses, a maior alta desde 2003

DA SUCURSAL DO RIO

Prato típico da culinária brasileira, a feijoada está mais indigesta depois de trazida a conta. Dados da FGV (Fundação Getulio Vargas) mostram que ela subiu 24,46% nos últimos 12 meses, a maior alta desde 2003. O resultado é muito superior ao da inflação acumulada de julho de 2007 a junho deste ano, de 5,96%.
Os vilões da alta da feijoada são o arroz e o feijão, segundo André Braz, coordenador de Índices de Preços ao Consumidor da FGV. "A feijoada é composta por produtos populares. Eles subiram muito nos últimos meses", disse. Esses itens pesam mais no orçamento da classe C.
O feijão acumula alta de 147,46% nos últimos 12 meses em razão de problemas de safra e estiagem. Somente em junho ficou 14% mais caro. A expectativa é que o produto continue em alta, mas com um ritmo menor.
Os problemas de oferta no mercado internacional afetaram o preço do arroz, que acumula alta de 44,37% em 12 meses. O Brasil consome basicamente o arroz que produz, mas, com o preço alto, houve um estímulo para o crescimento das exportações.
Dos 13 itens que compõem uma feijoada, de acordo com os cálculos da FGV, 8 subiram mais do que a inflação nos últimos 12 meses. "O que está "salgando" a feijoada são as carnes e o feijão", afirmou Braz. Segundo o economista, a exportação de carnes de segunda aumentou em um cenário de oferta reduzida no mercado doméstico por conta de falta de gado para abate. A carne suína ficou 11,42% mais cara por conta da alta de produtos usados como ração.
A couve ficou 1,4% mais barata em 12 meses. A laranja-pêra subiu 4,58%. A aguardente ficou 7,59% mais cara, mas o limão, usado na caipirinha, teve queda de 37,61% em 12 meses. A cerveja ficou 0,27% mais barata.
Desde 2001, a inflação acumulou alta de 69,41%. A feijoada subiu 136,51%. O feijão acumula alta de 248,42%.


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