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Foco
"Inflação da feijoada" supera 24% em 12 meses, a maior alta desde 2003
DA SUCURSAL DO RIO
Prato típico da culinária
brasileira, a feijoada está mais
indigesta depois de trazida a
conta. Dados da FGV (Fundação Getulio Vargas) mostram
que ela subiu 24,46% nos últimos 12 meses, a maior alta
desde 2003. O resultado é
muito superior ao da inflação
acumulada de julho de 2007 a
junho deste ano, de 5,96%.
Os vilões da alta da feijoada
são o arroz e o feijão, segundo
André Braz, coordenador de
Índices de Preços ao Consumidor da FGV. "A feijoada é
composta por produtos populares. Eles subiram muito
nos últimos meses", disse. Esses itens pesam mais no orçamento da classe C.
O feijão acumula alta de
147,46% nos últimos 12 meses em razão de problemas de
safra e estiagem. Somente em
junho ficou 14% mais caro. A
expectativa é que o produto
continue em alta, mas com
um ritmo menor.
Os problemas de oferta no
mercado internacional afetaram o preço do arroz, que
acumula alta de 44,37% em 12
meses. O Brasil consome basicamente o arroz que produz, mas, com o preço alto,
houve um estímulo para o
crescimento das exportações.
Dos 13 itens que compõem
uma feijoada, de acordo com
os cálculos da FGV, 8 subiram
mais do que a inflação nos últimos 12 meses. "O que está
"salgando" a feijoada são as
carnes e o feijão", afirmou
Braz. Segundo o economista,
a exportação de carnes de segunda aumentou em um cenário de oferta reduzida no
mercado doméstico por conta de falta de gado para abate.
A carne suína ficou 11,42%
mais cara por conta da alta de
produtos usados como ração.
A couve ficou 1,4% mais barata em 12 meses. A laranja-pêra subiu 4,58%. A aguardente ficou 7,59% mais cara,
mas o limão, usado na caipirinha, teve queda de 37,61% em
12 meses. A cerveja ficou
0,27% mais barata.
Desde 2001, a inflação acumulou alta de 69,41%. A feijoada subiu 136,51%. O feijão
acumula alta de 248,42%.
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