São Paulo, quinta-feira, 24 de julho de 2008

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Mundo terá mais dois anos de crescimento lento, diz Krugman

DA REPORTAGEM LOCAL

O pior da crise mundial passou, segundo a avaliação do economista americano Paul Krugman. "Estou menos preocupado agora do que um mês atrás", disse ele, que participou de evento ontem em São Paulo.
Na sua avaliação, não acontecerá uma catástrofe como se chegou a temer, embora ainda haja nuvens escuras. "A situação do mundo nos próximos dois anos não será de pânico. Teremos um crescimento mais lento.
Mas não veremos recuperação [nos EUA] antes de 2010."
Para Krugman, os países emergentes, que se encontram superaquecidos, crescendo de maneira "insustentável", diminuirão o ritmo. "Provavelmente os preços das commodities vão cair, mas não creio que voltem aos níveis anteriores."
Ele também se mostrou cético em relação à tese do descolamento, segundo a qual os demais países sofreriam menos com as turbulências dos EUA. "São a maior economia mundial e têm importante participação no sistema. A maior parte das reservas internacionais de outros países é em dólar."
Se há apenas "10% de chance" de o cenário global piorar demais, isso se deve, na opinião do economista, à atuação do Fed (Federal Reserve, o banco central norte-americano) e de outros BCs. No entanto, as medidas tomadas criaram alguns "riscos morais". Primeiro, indicaram que algumas instituições são importantes demais para quebrar. Segundo, deram a algumas delas o mesmo status de banco, quando elas não são. "Há muitos motivos para preocupação à frente", afirmou. (DG)


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