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Mundo terá mais dois anos de crescimento lento, diz Krugman
DA REPORTAGEM LOCAL
O pior da crise mundial passou, segundo a avaliação do
economista americano Paul
Krugman. "Estou menos preocupado agora do que um mês
atrás", disse ele, que participou
de evento ontem em São Paulo.
Na sua avaliação, não acontecerá uma catástrofe como se chegou a temer, embora ainda haja
nuvens escuras. "A situação do
mundo nos próximos dois anos
não será de pânico. Teremos
um crescimento mais lento.
Mas não veremos recuperação
[nos EUA] antes de 2010."
Para Krugman, os países
emergentes, que se encontram
superaquecidos, crescendo de
maneira "insustentável", diminuirão o ritmo. "Provavelmente os preços das commodities
vão cair, mas não creio que voltem aos níveis anteriores."
Ele também se mostrou cético em relação à tese do descolamento, segundo a qual os demais países sofreriam menos
com as turbulências dos EUA.
"São a maior economia mundial e têm importante participação no sistema. A maior parte das reservas internacionais
de outros países é em dólar."
Se há apenas "10% de chance" de o cenário global piorar
demais, isso se deve, na opinião
do economista, à atuação do
Fed (Federal Reserve, o banco
central norte-americano) e de
outros BCs. No entanto, as medidas tomadas criaram alguns
"riscos morais". Primeiro, indicaram que algumas instituições
são importantes demais para
quebrar. Segundo, deram a algumas delas o mesmo status de
banco, quando elas não são.
"Há muitos motivos para preocupação à frente", afirmou.
(DG)
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