|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Moradora sonda mercado para empresa
DA REPORTAGEM LOCAL
Sandra da Luz Silva é um
dos motivos de sucesso do
programa da Nestlé, multinacional de alimentos, voltado para a baixa renda. Há
cerca de quatro anos, a companhia contratou o Instituto
Fernand Braudel para desenvolver uma pesquisa de
mercado que permitisse entender os hábitos de consumo dos menos favorecidos.
Sandra tinha 22 anos
quando apresentou os resultados do estudo para a diretoria-executiva da Nestlé.
"Eu tinha pesquisado em Capão Redondo, onde moro até
hoje, e acabei dando umas dicas pessoais devido a minha
proximidade com os moradores", diz ela, hoje cursando
faculdade de economia.
Sandra acabou contratada
pela Nestlé em 2005. De lá
para cá, passou por outras
áreas da companhia. Atualmente, sua missão é desenvolver formas de alavancar
as vendas e o marketing, uma
área estratégica conhecida
como "Channel Category Sales Development".
O exemplo de Sandra mostra como as empresas estão
tendo de se adaptar ao surgimento dessa nova classe C.
Para a Interbrand, que pesquisa marcas, ganham valor
as empresas que se adaptam
bem a essa nova classe.
Esse novo mercado é formado por milhões de brasileiros. Pesquisa divulgada no
início do mês pela FGV diz
que a proporção de miseráveis nas seis maiores regiões
metropolitanas do país caiu
de 35% para 25%, de abril de
2002 a abril de 2008. No período, a classe média, que era
44% da população, chegou a
52%. Pelo estudo, a classe
média tem renda domiciliar
total entre R$ 1.064 e R$
4.591. Foi incluída na classe
E, abaixo da linha de miséria,
a população cuja renda domiciliar é inferior a R$ 768.
Segundo a FGV, os ganhos
de renda dessa nova classe
média são mais sólidos que
em outros surtos de crescimento econômico, o que
mostra que as oportunidades
para empresas dispostas a
explorar esse novo mercado
podem ser duradouras.
(JW)
Texto Anterior: "A mais velha está na faculdade' Próximo Texto: "As pessoas aqui gostam de artigos de boa qualidade' Índice
|