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Goiás adia cobrança para atrair usinas
Incentivo prevê pagamento de R$ 35 bi de ICMS após dez anos; parcerias com estrangeiros se multiplicam
FELIPE BÄCHTOLD
DA AGÊNCIA FOLHA
Com incentivos que adiam
por dez anos a cobrança de R$
35 bilhões de ICMS, Goiás vem
atraindo investimentos estrangeiros em usinas de cana. Os interessados incluem empresas
de vários tipos.
Segundo estimativa do Ministério da Agricultura, a participação estrangeira na área é de
15% em todo o país. A Unica
(União da Indústria de Cana-de-Açúcar) prevê que o índice
será de 26% em quatro anos.
Quatro unidades no sul de
Goiás estão sendo construídas
pela Brenco, empresa brasileira com investidores americanos. De acordo com o Sifaeg
(Sindicato da Indústria de Fabricação de Álcool do Estado de
Goiás), a ADM, companhia
mundial de processamento de
grãos, e uma empresa do grupo
Toyota estudam parcerias para
usinas no interior goiano. Procuradas pela Folha, as companhias não confirmam o plano.
A nacional Santaelisa Vale se
aliou a estrangeiros como a
Goldman Sachs e a Global
Foods na Companhia Nacional
de Açúcar e Álcool.
A empresa já estrutura uma
usina em Itumbiara (GO) e outra em Ituiutaba (MG). O plano
é investir R$ 2,2 bilhões em
quatro unidades no país.
A parceria entre usinas já
instaladas e investidores externos vem se tornando comum.
Também em Goiás a Petrobras
iniciou seu primeiro projeto de
"complexos bioenergéticos" no
país. A usina, feita com um grupo local e a japonesa Mitsui, começará a operar em 2010.
A unidade, na cidade de Itarumã, deverá produzir 200 milhões de litros de álcool por
ano, destinados à exportação.
A Brenco, que pretende aplicar R$ 5,5 bilhões no setor no
país nos próximos oito anos,
quer construir infra-estrutura
para escoar a produção. A empresa estuda instalar um duto
ligando o interior de Mato
Grosso a Santos (SP).
Prorrogação
No programa de incentivo do
governo de Goiás, os R$ 35 bilhões que o Estado deixa de arrecadar com o ICMS podem ser
pagos pelas empresas dez anos
após a instalação da indústria.
Para André Rocha, presidente do Sifaeg, Goiás será a "grande nova fronteira" no país. Na
safra 2007, o Estado foi o quarto produtor de álcool, atrás de
São Paulo, Minas e Paraná.
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