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"Fiado eletrônico" substitui caderneta
ADRIANA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Na Mercearia Atilano, do português Carlos Atilano, 43, não se vê
a placa "Fiado só para maiores de
90 anos acompanhado dos pais".
Clientes antigos, que não pagam a
conta no ato e a marcam no "caderninho" da loja, representam
de 30% a 40% do total de consumidores da mercearia, localizada
na zona sul de São Paulo.
"Vendo na confiança. Se acho
que o cara é picareta, não faço isso
não", diz o comerciante.
Na prática, o número de lojas de
pequeno porte que aceitam operar nesse sistema é minoria. O que
ocorreu foi que, no lugar do fiado
informal, entrou em cena o "fiado
eletrônico". Financeiras como a
Fininvest e a Losango fecharam
parcerias com redes pequenas na
capital paulista para "informatizar" esse sistema.
O pacote à venda para essas lojas é basicamente o mesmo: com
o cartão, em que é impresso o nome da loja e da financeira, o consumidor tem até 45 dias para o
pagamento do débito sem juros.
Se passar da data, a conta pesa.
Pagam-se juros que variam de
3,5% a 8%, de acordo com a loja.
Segundo as financeiras, estima-se que mais de 30% das vendas
das lojas credenciadas nesse sistema sejam realizadas por meio do
cartão. Estudo do Ibope finalizado no ano passado mostra que
cerca de 25% das classes D e E freqüentam as lojas de pequeno porte, com até quatro caixas. Entre a
classe alta, essa taxa é de 15%.
Quem aderiu ao sistema do cartão foi a Mercearia Econômica, loja de um grupo de supermercados
pertencente à rede Super Vizinho,
com 50 pontos-de-venda. Com o
cartão da rede em mãos, o cliente
pode pagar R$ 3 por mês para receber a fatura em casa e tem 45
dias para quitar o débito. Não há
taxa de adesão ou anuidade.
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