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Alta de insumos eleva temor sobre inflação
Dow Chemical anuncia reajuste em resinas de 25%, e maior mineradora do mundo diz que aumento de rival de 96,5% não é suficiente
Aumento do petróleo e de
outras commodities atinge
vários setores industriais e
aprofunda medo de uma
espiral inflacionária global
DA REDAÇÃO
O fantasma da inflação voltou a assustar a economia mundial ontem com a decisão de
companhias como a norte-americana Dow Chemical e a
siderúrgica sul-coreana Posco
de realinhar preços para combater a elevação de custo de
energia e de matérias-primas.
O Brasil também foi atingido
pela decisão de reajuste da Dow
Chemical. Ontem, a companhia
informou que as resinas vendidas no Brasil terão reajustes de
até 25%. A justificativa da companhia para o repasse foi a forte
elevação dos preços do petróleo, do gás natural e de outros
derivados.
As decisões da Dow, o maior
grupo petroquímico dos Estados Unidos, e da Posco, quarta
maior fabricante de aços do
mundo, demonstram a preocupação em relação a crescente
pressão inflacionária sobre o
setor corporativo.
A preocupações sobre pressão geral de preços ficou ainda
maior quando a BHP Billiton,
maior mineradora mundial,
disse que não era suficiente o
reajuste recorde de até 96,5%
para o preço do minério de ferro negociado pela rival Rio Tinto anteontem com a chinesa
Baosteel, o que poderia fazer
com que o grupo pedisse aumentos acima de 100% para as
siderúrgicas. O acerto da Vale
com as siderúrgicas, de fevereiro, previa aumento de até 71% e
era o segundo maior da história
do setor de mineração.
A alta sustentada nos preços
do petróleo e de outras commodities tem atingido vários
setores industriais, como companhias de aviação e montadoras de automóveis, e aprofundado o temor de uma espiral inflacionária global, como a que
tem cruzado a Ásia. Várias
companhias aéreas americanas
já anunciaram demissões, cortes no número de vôos e medidas para tentar elevar a receita,
em uma tentativa de diminuir o
impacto dos aumentos no preço dos combustíveis. GM e
Ford já anunciaram redução na
produção e fechamento de fábricas nos EUA, porque os consumidores estão preferindo
modelos que consomem menos
combustível.
A Rio Tinto negociou um aumento de 79,9% a 96,5% no
contrato anual dos preços do
minério de ferro com a siderúrgica Baosteel. Foi a primeira
vez que os chineses concordaram em pagar mais pelo minério australiano do que pelo procedente do Brasil, cujo frete é
mais caro, rompendo uma tradição do setor. A BHP, que
apresentou oferta hostil de US$
172 bilhões pela compra do Rio
Tinto, ainda não chegou a um
acordo sobre os preços.
"Estamos encantados por ver
esse avanço", afirmou Marcus
Randolph, executivo da BHP.
"Mas ele não cobre totalmente
a diferença do frete, de US$ 40
a US$ 50." A BHP também elevou a estimativa de suas reservas de minério de ferro na Austrália Ocidental. "Um aumento
de 46% nos recursos minerais é
um indicador do potencial futuro desses ativos", disse Randolph, em Londres.
A empresa também elevou
sua disponibilidade calculada
de manganês na divisão Samancor e em sua joint venture
Samarco.
Com o "Financial Times" e a Reuters
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