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Indicadores negativos dos EUA afetam mercados
Bovespa cai 0,7% com recuo na
confiança; Fed decide juro hoje
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Baixas moderadas marcaram
os pregões nas Bolsas de Valores ontem pelo mundo. A reunião do Fed (o banco central
dos EUA), que se encerra hoje,
deve ser decisiva para o rumo
que tomará o mercado acionário internacional. A Bovespa
terminou o dia com baixa de
0,73%, aos 64.167 pontos.
O fraco desempenho da Bolsa de Valores de São Paulo quase engoliu seus ganhos no ano:
sua alta acumulada em 2008
passou a ser de apenas 0,44%. A
movimentação na Bovespa aumentou em relação ao dia anterior, mas se manteve abaixo da
média anual. Ontem, foram negociados no pregão R$ 5,27 bilhões, aproximadamente 15% a
menos que a média diária deste
ano.
Um dado desanimador de
ontem foi a divulgação de nova
queda na confiança do consumidor norte-americano, que
desceu a seu pior nível em mais
de uma década. Isso eleva os temores de que o consumo encolha e a economia se desacelere
ainda mais.
Nas Bolsas americanas, o dia
foi marcado por quedas. O índice Dow Jones, que reúne as 30
ações americanas de maior liquidez, recuou 0,29%. A Bolsa
eletrônica Nasdaq terminou
com baixa de 0,73%.
Em Londres, a Bolsa terminou com baixa de 0,57%. Em
Frankfurt, a queda de ontem ficou em 0,81%.
Após mais um dia ruim, a Bovespa passou a ter desvalorização de 11,61% neste mês.
O pregão só não foi mais decepcionante para a Bovespa devido ao resultado positivo das
ações da Vale, que, com as da
Petrobras, são as de maior peso
do mercado doméstico.
No fim do pregão, as ações
preferenciais "A" da Vale, responsáveis por quase 10% das
operações de ontem, marcavam alta de 1,47%; as ordinárias
subiram 1,78%.
De acordo com analistas, um
relatório do Merrill Lynch, no
qual foi reiterada a recomendação de compra para as ações da
Vale, favoreceu seu desempenho no pregão.
Além disso, o setor de siderurgia e mineração tem vivido
um período de fortes reajustes
de preços no exterior, o que favorece os papéis de companhias do segmento.
Outra ação do setor com resultado positivo ontem foi a ON
da CSN (Companhia Siderúrgica Nacional), que subiu 0,52%.
Já as ações da Petrobras não
conseguiram escapar do vermelho: fecharam com recuo de
0,39% (ordinárias) e 0,27%
(preferenciais). E isso mesmo
com o petróleo em alta no mercado internacional.
A cotação do barril de petróleo subiu com os investidores
tentando antecipar os dados
sobre os estoques norte-americanos, que vão ser divulgados
hoje -espera-se que haja uma
queda nos estoques, o que pressionaria ainda mais os preços
do produto.
O petróleo encerrou com
apreciação de 0,19% em Nova
York, aos US$ 137.
O mercado internacional deve ter um dia agitado hoje, especialmente na parte da tarde,
após o Fed apresentar o resultado da reunião de política monetária. A expectativa é que a
taxa dos EUA seja mantida nos
atuais 2% ao ano. Mas o que
mais interessa investidores e
analistas é a nota que os dirigentes do Fed vão apresentar
depois do encontro. O documento poderá dar sinais sobre
o futuro dos juros nos EUA.
Em um cenário de pressão
inflacionária e fraco crescimento econômico, como o
atual, há muitas dúvidas sobre
o que o Fed irá fazer daqui para
o fim do ano.
No mercado de câmbio brasileiro, o dólar encerrou em baixa
diante do real, de 0,68%, negociado a R$ 1,603.
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