|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
PETRÓLEO
Estaleiros não teriam capacidade para o projeto
Licitação de US$ 4 bi da Petrobrás pode descartar indústria nacional
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
A Petrobras iniciará em julho um megaprocesso de licitação de
plataformas e equipamentos de exploração e produção de petróleo, cujo valor total atingirá US$ 4 bilhões.
Numa primeira fase, serão compradas duas plataformas, a P-51 e
a P-52, com capacidade de extrair
180 mil barris de petróleo por dia
cada uma. As unidades irão operar nos campos gigantes de Marlim Sul e Roncador, na bacia de Campos (RJ).
A capacidade de cada plataforma é superior à da P-36 (150 mil
barris), que era a maior da estatal
e afundou no ano passado. Juntas,
elas responderão por cerca de um
quarto da atual produção da Petrobras, que hoje é de 1,5 milhão
de barris por dia.
Ao mesmo tempo em que dá
um importante passo para atingir
a auto-suficiência na produção
brasileira de óleo, a licitação promete criar muito barulho na indústria naval do país.
É que o projeto básico de engenharia -desenvolvido pela empresa norueguesa Aker- não levou em conta as características
dos estaleiros nacionais e, por isso, não poderá ser desenvolvido
no país, segundo a Folha apurou
com executivos e especialistas.
O problema é que os estaleiros
brasileiros não teriam espaço para a montagem.
A Petrobras informa, sem detalhar o projeto de construção, que
"não procede a informação de
que nenhum estaleiro brasileiro
tenha instalações em condições
de realizar o trabalho".
Apesar das queixas do setor, a
Petrobras não tem, por lei, obrigação de contratar empresas nacionais nas licitações. No Brasil, não existe reserva de mercado para a indústria naval nacional.
Texto Anterior: Escândalo nos EUA: Dona da Embratel revela fraude de US$ 4 Próximo Texto: Riqueza americana: Confiança do consumidor americano sofre maior queda desde setembro Índice
|