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MERCADO FINANCEIRO
Resultado engloba os 20 primeiros dias deste mês e é atribuído à desconfiança em relação ao futuro
Estrangeiro tira R$ 769 mi da Bolsa em junho
DA REPORTAGEM LOCAL
As turbulências atuais do mercado financeiro fizeram com que
R$ 769,347 milhões em investimentos estrangeiros deixassem o
mercado de ações apenas nos primeiros 20 dias deste mês.
Como resultado, o saldo acumulado no ano, até o dia 20, está
negativo em R$ 147,185 milhões.
Esse saldo só havia ficado no vermelho uma vez neste ano, em janeiro, quando houve saída de R$
97,375 milhões.
O resultado é atribuído às dúvidas em relação a um possível calote do Brasil no pagamento de sua
dívida externa e das consequentes
análises negativas para o país feitas pelas agências de avaliação de
risco Moody's e Fitch.
"Esse resultado era esperado. Se
a saída de recursos não tivesse sido tão forte, a Bolsa não teria caído tanto", avalia Michel Campanella, da Socopa. Nos primeiros
20 dias de junho, o Ibovespa acumulou queda de 15%. Até ontem,
a queda já está em 16,76%.
Segundo Álvaro Bandeira, da
corretora Ágora, recursos estrangeiros estão deixando a América
Latina e caminhando para países
da Ásia.
Ontem a Bolsa paulista fechou
em baixa modesta, de 0,5%. O giro financeiro ficou em R$ 665,208
milhões. Segundo Campanella, as
ações da Petrobras impediram
que a queda fosse maior. A ação
preferencial da empresa subiu
8,3%. As companhias do setor de
telecomunicações, bastante endividadas em dólares, caíram bastante. Net PN (ex-Globo Cabo) teve baixa de 13,4% e Embratel ON,
de 10,7%.
Ontem a Fitch rebaixou a nota
dada para as empresas brasileiras.
Na BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros), as projeções para
os juros subiram apenas no curto
prazo. Nos contratos mais negociados, de janeiro de 2003, os juros passaram de 25,58% para
25,09%. Como as projeções para
as taxas já estão muito elevadas
-a taxa básica de juros da economia está em 18,5% ao ano-, a
queda não significa dizer que esse
mercado está tranquilo.
Para o dólar futuro foram negociados 131,16 mil contratos ontem, número recorde do mês. O
maior volume no ano foram os
194,43 mil contratos em 29 de
abril. As projeções para o dólar de
julho até outubro subiram por
volta de 1,5% ontem.
Os C-Bonds, títulos da dívida
externa brasileira, caíram 2,8%,
após a forte alta de 9,2% anteontem.
(ANA PAULA RAGAZZI)
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