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Usina de Belo Monte pode ter limite para local da construção
Segundo o ministro Edison Lobão, licitação será realizada no próximo semestre
DA SUCURSAL DO RIO
Para evitar disputas como a
que envolve as usinas do rio
Madeira, o governo vai incluir
no edital das próximas licitações para construção de hidrelétricas um limite máximo para
o deslocamento da posição definida para a instalação do empreendimento.
Segundo o ministro de Minas
e Energia, Edison Lobão, a
Aneel já estuda impor essa limitação no edital da usina de
Belo Monte. Trata-se do maior
projeto do país no setor elétrico, com potência de 11.182 MW
-mais do que as usinas do rio
Madeira, de Santo Antonio
(3.150 MW) e Jirau (3.150
MW), juntas. Lobão anunciou
também que a licitação para a
construção de Belo Monte, no
rio Xingu, será realizada no primeiro semestre de 2009.
Vencedor da licitação da usina de Jirau, o consórcio Energia Sustentável, liderado pelo
grupo franco-belga Suez, alterou a posição da usina em 9 km
alegando redução de custos (de
R$ 1 bilhão) e menor impacto
ambiental. A mudança gerou
protesto da Odebrecht, que
perdeu a disputa em consórcio
com Furnas.
De acordo com Lobão, a Eletrobrás não participará dos
próximos leilões, como já sugeriu o presidente da estatal, José
Antonio Muniz. Só entrarão na
disputa as subsidiárias Furnas,
Chesf e Eletronorte.
O ministro disse ainda que a
estratégia de as estatais manterem uma participação limitada
a 49% nos consórcios será
mantida. "Elas até podem ser
majoritárias, mas não queremos que sejam. Vão ter 40% como é hoje."
Lobão disse ainda que a construção de um depósito definitivo para o rejeito atômico das
usinas nucleares "não é uma
questão fundamental a ponto
de paralisar ou de deixar de se
construir" Angra 3, no Rio de
Janeiro. Para o ministro, Ibama e Ministério do Meio Ambiente fizeram "exigências brutais" -uma delas é o depósito.
Em contrapartida, diz, o Ministério de Minas e Energia
empreende um "esforço bestial" para atendê-las.
Segundo Lobão, "algumas
exigências são fundamentais;
outras, não". Dentre elas, está a
questão do resíduo, que poderá
"ser resolvida no curso da
obra", na visão dele.
Mesmo sem a definição de
um projeto para o depósito dos
resíduos de alta intensidade
atômica (o combustível nuclear), afirma, as obras da usina
terão início em 1º de setembro.
Hoje, os rejeitos são armazenados dentro das próprias usinas
de Angra 1 e 2 em piscinas de
esfriamento, com capacidade
para acomodar o material atômico utilizado até 2021.
O ministro afirmou ainda
que, apesar de não existir um
"tratamento absolutamente
definitivo como preconiza" o
ministro Carlos Minc (Meio
Ambiente), o lixo atômico "é
bem cuidado e bem tratado".
Procurado, Minc disse, por
meio da assessoria, apenas que
"apóia os termos do licenciamento do Ibama" -pelo qual a
construção do depósito tem de
ser iniciada antes da entrada
em operação de Angra 3.
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