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Bebidas e efeito sazonal criam
vagas no interior de Pernambuco
FÁBIO GUIBU
DA AGÊNCIA FOLHA, EM RECIFE
A contratação de trabalhadores
pelas indústrias de produção de
açúcar e álcool foi a maior responsável pelo aumento do emprego
formal no setor de alimentos, bebidas e álcool etílico ocorrido nos
primeiros nove meses do ano, em
Pernambuco.
A avaliação é do presidente da
Fiepe (Federação das Indústrias
do Estado de Pernambuco), Jorge
Corte Real. Segundo ele, isso explica também a razão pela qual o
número de contratados na região
metropolitana é menor em relação ao interior do Estado, onde
estão instaladas as usinas.
As indústrias de alimentação,
bebidas e álcool pernambucanas
contrataram 5.404 pessoas entre
janeiro e setembro, sendo 3.019
fora da Grande Recife.
"Trata-se de uma situação provocada por um fator sazonal",
disse o presidente da Fiepe. "O pique da safra da cana-de-açúcar
ocorre entre setembro e fevereiro,
com uma variação de dois meses
a mais ou a menos."
Foi essa variação, afirmou, o
motivo de as estatísticas revelarem, nesse mesmo setor industrial, a ocorrência de um grande
número de demissões (15.909) no
Estado entre 1999 e 2001, sempre
de janeiro a setembro.
"Foi um período de seca no
Nordeste", lembrou. A estiagem,
além de provocar queda na produção, adiou a época da colheita
da cana-de-açúcar e, consequentemente, das contratações. Os levantamentos de 1999 a 2001 teriam, portanto, captado apenas as
demissões pós-safra.
Corte Real aponta ainda outro
fator que também explicaria as
demissões: o racionamento de
energia elétrica imposto pelo governo federal entre 2001 e 2002.
Para o governo de Pernambuco,
o aumento do número de contratações neste ano pelas indústrias
de alimentação, bebidas e álcool
etílico está ligado à política de industrialização do Estado.
Desde 1996, quando foi criado o
programa de incentivos fiscais,
108 empresas do setor de alimentação e 73 de bebidas foram beneficiadas com estímulos para a implantação de indústrias, ampliação ou revitalização.
O pacote de ajuda do governo
inclui, entre outros, a isenção, por
quatro anos, de até 85% do ICMS
(Imposto sobre Circulação de
Mercadorias e Serviços) -ou
75% por oito anos-, além de
subsídios para a compra de terrenos e tarifas especiais de energia.
"O governo quer transformar
Pernambuco no pólo de bebidas
do Nordeste", disse o secretário
estadual do Desenvolvimento
Econômico, Turismo e Esportes,
Alexandre José Valença Marques.
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